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Gerente de restaurante é preso por torturar funcionário negro nos EUA

Mario Tama/Getty Images/AFP
Imagem: Mario Tama/Getty Images/AFP

DO UOL, em São Paulo

08/11/2019 10h46

O gerente de um restaurante do Carolina do Sul, Estados Unidos, foi condenado a 10 anos de prisão por torturar física e psicologicamente um funcionário negro com deficiência intelectual, reportou o Departamento de Justiça dos EUA.

Bobby Paul Edwards, de 54 anos, foi condenado a 10 anos de prisão mais o pagamento de 272 mil dólares (cerca de R$ 1 milhão de reais) em indenização a John Christopher Smith, de 40 anos, por obrigá-lo a trabalhar 100 horas por semana sem salário e submetê-lo a castigos físicos constantes.

Edwards foi gerente do restaurante entre 2009 e 2014, período no qual proferiu diversas ofensas raciais contra Smith, o bateu com um cinto e o acertou com panelas e outros utensílios.

A vítima, que tem deficiência intelectual, recebeu as humilhações e torturas em silêncio por medo de perder o emprego. Após uma denúncia, ele foi retirado dessa situação em outubro de 2014.

De acordo com o departamento de justiça, o gerente utilizava violência e intimidações para obrigar o funcionário a trabalhar 100 horas por semana e o punia quando não fazia o trabalho rápido o suficiente. "Em uma ocasião, ele mergulhou pinças de metal na graxa quente e queimou o pescoço da vítima", diz o comunicado.

"É quase inconcebível que casos de trabalho forçado permaneçam neste país até hoje - um século e meio após a Proclamação de Emancipação", disse o procurador-geral adjunto Eric Dreiband, da Divisão de Direitos Civis.

Em entrevista à WPDE, uma afiliada da CNN, Smith contou que Edwards o forçava a viver em uma sala atrás do restaurante e o mantinha longe de sua família. Ele chegou ao restaurante com 12 anos de idade, mas os episódios só ocorreram depois da chegada do novo gerente.

"Eu queria sair de lá há muito tempo. Mas eu não tinha ninguém que pudesse me acolher", disse ele à WPDE. "Não podia ir a lugar algum. Não podia ver ninguém da minha família."

A situação só terminou quando um cliente frequente do restaurante notou as cicatrizes no corpo do funcionário e chamou as autoridades.