Trump participa de marcha contra aborto; em 2019, presidente era a favor
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, participou na tarde de hoje da "Marcha pela Vida", encontro anual organizado por militantes contrárias ao aborto. O evento, realizado em Washington (EUA), foi fundado em 1974 pela ativista anti-aborto Nellie Gray e normalmente atrai cerca de 100 mil participantes vindos de todo o país. (Assista ao vídeo abaixo)
Essa foi a primeira vez que um presidente americano participou da "Marcha pela Vida". O curioso é que, no passado, o imprevisível magnata declarou ser favorável ao direito ao aborto.
"Sabemos que toda alma humana é divina, e que toda vida humana, tenha ela nascido ou não, é feita à imagem e semelhança de Deus todo-poderoso", disse o presidente, no evento.
Em meio à multidão, era possível ver manifestantes que traziam cartazes com mensagens como "Sou da geração a favor da vida" ou "parem de matar bebês".
Nancy Weber, 57, de St. Charles, Illinois, disse à rede americana CNN que saiu de casa às 16h de ontem para fazer uma viagem de 15 horas até Washington e "mostrar nosso apoio à vida". Ela afirmou que uma gravidez não planejada no início de sua vida, que resultou em desistir do filho para adoção, ajudou a mudar seu ponto de vista.
"O que é um mundo sem filhos? Nosso maior patrimônio são as pessoas", disse ela. "Então acredito que a adoção é uma opção amorosa", completou.
Em um comunicado, a organizadora da marcha, Jeanne Mancini, comemorou a adesão do participante ilustre.
"Estamos profundamente honrados em receber o presidente Trump na 47ª Marcha pela Vida", disse Mancini. "Desde a nomeação de juízes pró-vida (...), a redução do financiamento dos contribuintes para o aborto em casa e no exterior e o apelo para acabar com o aborto tardio, o presidente Trump e seu governo têm sido defensores constantes da vida", festejou ela.
Possibilidade de recuo histórico
Essa marcha é geralmente organizada em torno do aniversário da decisão emblemática da Suprema Corte "Roe v. Wade", que legalizou a interrupção voluntária da gravidez (IVG) nos Estados Unidos em 22 de janeiro de 1973.
Mas, com a eleição de Trump e a nomeação pelo republicano de dois juízes antiaborto na Suprema Corte, os ativistas antiaborto perceberam que estavam diante de uma oportunidade única para reforçar seu combate. A perspectiva da reeleição de Trump, em novembro, deixa esses militantes ainda mais entusiasmados.
Vários estados conservadores adotaram leis muito restritivas sobre o aborto nos últimos tempos, e esperam que a batalha judicial lançada para revogar este direito arduamente conquistado pelas mulheres chegue até a mais alta jurisdição do país.
Agora, com uma maioria de juízes conservadores, a Suprema Corte poderia reverter esta garantia oferecida às mulheres americanas há quase 50 anos. O primeiro teste decisivo ocorrerá em março, quando a Suprema Corte examinará uma lei restritiva da Louisiana.
*Com informações das agências RFI, AFP e DW
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