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Hosni Mubarak, ex-ditador do Egito, morre aos 91 anos

Do UOL, em São Paulo

25/02/2020 08h14Atualizada em 25/02/2020 15h52

O ex-ditador egípcio Hosni Mubarak, deposto em 2011, morreu hoje aos 91 anos no hospital militar Galaa, no Cairo. A informação foi dada à AFP por seu cunhado, o general Munir Thabet.

De acordo com informações da TV estatal, ele morreu semanas após ser submetido a uma cirurgia que não foi especificada. A emissora disse que ele teve complicações de saúde, mas não deu outros detalhes.

Em 24 de janeiro, seu filho Alaa Moubarak anunciou no Twitter que o pai havia sido submetido a uma cirurgia e que estava bem. Desde que foi destituído, o estado de saúde de Mubarak era objeto de especulações e informações contraditórias que citavam depressão, câncer e problemas cardíacos.

Segundo Thabet, a presidência egípcia será a responsável por organizar o funeral de Mubarak, que governo o Egito durante três décadas com mãos de ferro antes de uma revolta popular eclodir no país. Centenas de milhares de egípcios acamparam no início de 2011 durante 18 dias no centro do Cairo para reivindicar a saída dele.

Mubarak teve de renunciar, o que fez dele o segundo governante da região a cair pela chamada "Primavera Árabe", na esteira do tunisiano Zine El Abidin Ben Ali.

Preso durante um período de seis anos, ele deixou o hospital militar onde passou a maior parte de sua detenção em 2017, depois que a Justiça retirou as acusações por cumplicidade na morte de manifestantes e o absolveu definitivamente — ele sempre afirmou ser inocente.

"Agora que minha vida se aproxima do final, Graças a Deus tenho a consciência tranquila", declarou à época.

Veja fotos históricas de Hosni Mubarak, ex-ditador do Egito

História

Mohamed Hosni Mubarak nasceu em 4 de maio de 1928, em meio a uma família da pequena burguesia rural do delta do Nilo. Avançou na hierarquia militar até chegar ao posto de comandante-em-chefe da Força Aérea e foi nomeado vice-presidente em abril de 1975.

Em 1981, Mubarak sucedeu o presidente Anwar al-Sadat, assassinado por islamitas. Sua imagem foi se desgastando com o tempo pela falta de contato com o povo e por sua reputação de orgulho sem limites. Um temível aparato policial e um partido a seu serviço se tornaram as principais demonstrações de seu poder.

No Ocidente, manteve uma reputação de moderado, conseguindo preservar a aliança com os Estados Unidos e os acordos de paz firmados em 1979 com Israel - e que custaram a vida de Sadat.

Com sua silhueta imponente, a cabeleira sempre escura (apesar da idade) e o olhar frequentemente escondido por óculos escuros, tornou-se uma figura familiar dos encontros internacionais.

Durante sua longa carreira, Mubarak escapou de pelo menos seis tentativas de assassinato. O estado de emergência foi mantido ao longo de praticamente todo seu governo, sendo suspenso apenas em maio de 2012. Ele chegou a ser declarado "clinicamente morto" em 2012 pela agência oficial de notícias Mena.

* Com informações da AFP