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Máscaras, luvas e desinfetantes são furtados de hospitais de Portugal

INA FASSBENDER/AFP
Imagem: INA FASSBENDER/AFP

Do UOL, em São Paulo

11/03/2020 14h04

O covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, provocou corrida às farmácias de vários países de pessoas em busca de máscaras, luvas e desinfetante para as mãos. Em Portugal, a procura fez os produtos sumirem dos estoques dos hospitais.

De acordo com o jornal Diário de Notícias, hospitais são alvos recorrentes de furtos de objetos. Os casos são pouco notificados porque, segundo fontes anônimas, as instituições não querem ficar malvistos nas tentativas de controle da situação.

"Às vezes é impossível. Numa situação destas, há até mais monitoramento do material que está em estoque, mas não se controla tudo e todos. Há muita gente nos serviços", afirmou um profissional consultado pelo jornal.

Ainda segundo ele, o problema no caso é que a reposição dos equipamentos de proteção individual (EPI) para profissionais de saúde não é "tão rápida quanto se gostaria e nas quantidades que se pretende", especialmente no caso de uma epidemia internacional. Além disso, a demanda tem provocado aumento de preços nos itens citados.

"Era material adquirido e pago, portanto, novas encomendas representam custos acrescidos", relatou a fonte consultada, que diz que a situação se repete "sempre que há picos ou surtos de gripe e até de outras situações".

Outra fonte ouvida pela publicação, um técnico hospitalar, confirma os casos, e diz que eles são notificados apenas internamente pelas instituições médicas.

"Há poucos dias, na reunião do grupo de contingência do meu hospital, foi informado que tinham desaparecido várias caixas de máscaras, desinfetantes e de luvas, mas não se pode fazer muito mais (do que isso). Há pessoas que, infelizmente, têm esta perspectiva de roubar, prejudicando os outros para ganância pessoal", disse o técnico.

Uma terceira fonte anônima deu detalhes semelhantes. "Temos pessoas roubando máscaras e soluções desinfetantes. Não se sabe para quê, só para possuir? Para vender? Isto é incrível", desabafou. "Houve pessoas que foram às farmácias e que compraram 20 caixas de paracetamol para estarem abastecidas. Nos hospitais, temos pessoas roubando os EPI."

Frente aos incidentes, os hospitais portugueses têm restringido as visitas a doentes e internados. As faculdades de medicina, por sua vez, suspenderam aulas para racionalizar o uso de materiais médicos. Procurada, a Associação de Distribuidores Farmacêuticos do país (Adifa), não comentou a respeito do abastecimentos de equipamentos de produção a hospitais e clínicas.

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