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Menor dinossauro do mundo é encontrado preso em âmbar de 99 milhões de anos

O menor dinossauro do mundo tinha o tamanho de um beija-flor - Reprodução
O menor dinossauro do mundo tinha o tamanho de um beija-flor Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

11/03/2020 19h32

A menor espécie de dinossauro do mundo foi descoberta pelos cientistas graças a um crânio preso em um âmbar de 99 milhões de anos. A descoberta foi publicada hoje na Nature.

Segundo o estudo, o dinossauro era do tamanho de um beija-flor — o menor pássaro do mundo — e pesava apenas 2 gramas. A descoberta pode lançar luz sobre como os pequenos pássaros evoluíram dos dinossauros.

"Os animais que se tornam muito pequenos precisam lidar com problemas específicos, como encaixar todos os órgãos sensoriais em uma cabeça muito pequena ou manter o calor do corpo", disse o professor Jingmai O'Connor, da Academia Chinesa de Ciências de Pequim.

A nova espécie ganhou o nome de Oculudentavis khaungraae e surpreendeu os cientistas pela estrutura de seu olho.

Os pássaros têm um anel de ossos que ajuda a sustentar o olho. Na maioria das aves, os ossos individuais, chamados ossículos esclerais, são simples e razoavelmente quadrados.

Porém, na nova espécie, eles são em forma de colher, uma característica anteriormente encontrada apenas em alguns lagartos vivos. Os ossos do olho formavam um cone, como os ossos dos olhos nas corujas, indicando que o dinossauro tinha uma visão excepcional.

Além disso, os olhos da criatura teriam saído da cabeça de uma maneira que não é vista em nenhum outro animal vivo, dificultando a compreensão exata de como os olhos funcionavam.

"É o fóssil mais estranho que já tive a sorte de estudar", explicou O'Connor. "Adoro como a seleção natural acaba produzindo formas tão bizarras. Também temos muita sorte que esse fóssil tenha sobrevivido e sido descoberto 99 milhões de anos depois".

A mandíbula do animal consistia de inúmeros dentes, o que sugere é que, apesar do tamanho, ele se alimentava de insetos.

Os cientistas ainda declaram no estudo que a descoberta destaca o incrível potencial do âmbar em preservar espécimes fósseis que, de outra forma, não teriam sido conservadas.