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Mulher é abandonada na rua após apresentar sintomas do novo coronavírus

Mulher é deixada na calçada, em frente de sua casa, depois de apresentar sintomas de coronavírus - Reprodução/El Deber
Mulher é deixada na calçada, em frente de sua casa, depois de apresentar sintomas de coronavírus
Imagem: Reprodução/El Deber

Do UOL, em São Paulo

14/04/2020 16h51

Uma mulher de 35 anos foi deixada na rua depois de apresentar sintomas semelhantes ao do novo coronavírus, de acordo com informações publicadas pelo jornal "El Deber". O caso ocorreu no último sábado, na Bolívia, e gerou revolta na população local.

Segundo a publicação, a mulher —que não teve a identidade revelada— foi levada até a calçada em frente de sua casa para evitar um possível contágio. Ela aparece em imagens que viralizaram nas redes sociais sentada em uma poltrona, coberta com um lençol e usando máscara de proteção facial.

Um médico, que mora próximo de sua residência, soube do ocorrido e fez o atendimento inicial na própria rua. A ele, a moça que respirava com dificuldades afirmou que dias atrás estava com dores no corpo e que na sexta à noite sentiu um pouco de febre.

Somente depois disso, o médico e um representante dos Direitos Humanos entraram em contato com autoridades de saúde, que demoraram a chegar. Ela foi levada para um hospital e, horas depois, médicos descartaram a possibilidade de coronavírus e a diagnosticaram com amigdalite.

A mulher recebeu alta e voltou para casa caminhando.

Ação criminal não é descartada

Segundo a ativista, que conseguiu a ambulância para levá-la ao hospital, a mulher mora de aluguel com o marido em um prédio onde há outros inquilinos. Teriam sido eles que pressionaram o homem a levá-la para a calçada.

Em entrevista ao jornal "El Deber", Juan Saavedra, responsável pela rede de saúde na região, não descartou uma ação criminal contra a família por deixá-la na rua.

"Uma ação criminal contra a família não é descartada por tê-la retirado dessa maneira e por não ter fornecido a ajuda necessária. O fato de ter recursos limitados não justifica a atitude de levá-la para a rua", disse o chefe médico.