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Ex-secretário de Defesa de Trump compara tática do presidente ao nazismo

3.fev.2017 - Ex-secretário americano da Defesa, James Mattis (foto) criticou resposta de Trump aos protestos - Kim Min-Hee/AFP Photo
3.fev.2017 - Ex-secretário americano da Defesa, James Mattis (foto) criticou resposta de Trump aos protestos Imagem: Kim Min-Hee/AFP Photo

Do UOL, em São Paulo

04/06/2020 14h13

James Mattis, que exerceu o cargo de secretário de Defesa dos Estados Unidos na gestão de Donald Trump, criticou a resposta do ex-chefe aos protestos que acontecem em várias parte do país após a morte de George Floyd numa ação policial em Minneapolis.

"Donald Trump é o primeiro presidente da minha vida que não tenta unir o povo americano - nem finge tentar. Em vez disso, ele tenta nos dividir", disse Mattis, em uma espécie de carta aberta intitulada "Na união há força", que foi enviada a vários meios de comunicação ontem. Ele deixou o cargo em dezembro de 2018.

"Estamos testemunhando as consequências de três anos desse esforço deliberado. Estamos testemunhando as consequências de três anos sem liderança madura", continuou Mattis.

Ele comparou o estilo divisivo de Trump à estratégia da era da Segunda Guerra Mundial da Alemanha, enquanto lutava contra os EUA.

"As instruções dadas pelos departamentos militares a nossas tropas antes da invasão da Normandia lembravam os soldados que o slogan nazista para nos destruir...era "Divida e conquiste ". Nossa resposta americana é" Na união há força ". Precisamos convocar essa unidade para superar essa crise - confiante de que somos melhores que nossa política ", afirmou.

Mattis acrescentou que "assistiu aos acontecimentos da semana, com raiva e horrorizado". Ele diz ter ficado particularmente revoltado com a ameaça do presidente de enviar os militares para locais que não reprimem os manifestantes.

Ele ainda criticou a repressão aos protestos em Washington, na segunda-feira, para que Trump pudesse caminhar até a igreja de St. John nas proximidades da Casa Branca. A foto do republicano segurando uma Bíblia gerou críticas de religiosos e democratas.

"Quando entrei para as forças armadas, há cerca de 50 anos, jurei apoiar e defender a Constituição. Nunca sonhei que as tropas que fizessem o mesmo juramento fossem ordenadas, sob qualquer circunstância, a violar os direitos constitucionais de seus concidadãos - muito menos para fornecer uma foto bizarra ao comandante em chefe eleito, com a liderança militar ao lado ", afirmou Mattis.

"Somente adotando um novo caminho - o que significa, na verdade, retornando ao caminho original de nossos ideais fundadores - seremos novamente um país admirado e respeitado em casa e no exterior", finalizou ele.

A Casa Branca reagiu à carta e chamou o ex-secretário de "o general mais superestimado do mundo".