Topo

Esse conteúdo é antigo

Barack Obama homenageia e destaca legado de John Lewis, morto aos 80 anos

Barack Obama presta homenagem a John Lewis nas redes sociais - Reprodução/Instagram
Barack Obama presta homenagem a John Lewis nas redes sociais Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

18/07/2020 11h52

O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama usou as redes sociais hoje para fazer uma homenagem ao defensor dos direitos civis dos negros John Lewis, morto ontem, aos 80 anos. Lewis marchou com Martin Luther King Jr e foi congressista durante décadas.

"Muitos de nós não vivem para ver nosso próprio legado se desenrolar de uma maneira tão significativa e notável. John Lewis fez. E graças a ele, agora todos temos nossas instruções - para continuar acreditando na possibilidade de refazer o país que amamos até que ele cumpra sua promessa", escreveu o democrata.

Em 2011, Obama lhe concedeu a Medalha da Liberdade, a maior distinção civil dos Estados Unidos.

Trajetória

Ao longo de sua vida, Lewis travou uma batalha ao longo da vida contra a discriminação racial e a injustiça, sendo espancado pela polícia e preso repetidamente durante protestos contra genocídios e leis sobre a imigração.

"Hoje, os Estados Unidos choram a perda de um dos maiores heróis de sua história", declarou a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, em nota.

Pelosi descreveu Lewis, que não resistiu a um câncer de pâncreas, como "um titã do movimento dos direitos civis, cuja bondade, fé e valentia transformaram nossa nação".

Filho de meeiros, Lewis foi um dos mais jovens integrantes dos "Passageiros da Liberdade", que lutaram contra a segregação racial no sistema de transporte público dos Estados Unidos no início dos anos 1960, e se tornou uma das vozes mais poderosas da defesa da justiça e da igualdade.

Também confrontou o presidente Donald Trump, boicotando sua posse e ressaltando a interferência russa nas eleições de 2016 para questionar sua legitimidade.

Lewis entrou no Congresso em 1986 e logo se tornou uma autoridade moral. Pelosi o considerava "a consciência do Congresso". Depois que sua morte foi tornada pública, as homenagens de democratas e republicanos não pararam.

O chefe republicano do Senado, Mitch McConnell, observou que Lewis "não hesitou em arriscar sua vida para combater o racismo, promover direitos iguais e aproximar nossa nação dos princípios que a fundaram".

O presidente francês, Emmanuel Macron, também saudou, hoje, a memória do ativista. "Uma vida de combate pelos direitos civis. Uma vida de belas lutas, para lutar por um mundo mais justo. Muito progresso foi feito graças a ele. John Lewis era um herói", tuitou.

Participação em ato do Black Lives Matter

Lewis se afastou de seus deveres legislativos nos últimos meses para se concentrar no tratamento do câncer, mas no início de junho voltou a Washington em meio aos protestos pela morte de George Floyd, um afro-americano sufocado por um policial branco.

Ele participou de um ato perto da Casa Branca que, após a morte de Floyd, se tornou epicentro dos protesto do movimento "Black Lives Matter".

"O vento está soprando, a grande mudança está chegando", disse Lewis em uma discussão com congressistas sobre o racismo.

* Com informações da AFP