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Reino Unido investiga igreja que vende óleo e barbante para combater covid

A igreja The Kingdom, em Londres, está sendo investigada pela 2ª vez após a venda de produtos que protegeria contra a covid - Reprodução/Google Maps
A igreja The Kingdom, em Londres, está sendo investigada pela 2ª vez após a venda de produtos que protegeria contra a covid Imagem: Reprodução/Google Maps

Do UOL, em São Paulo

26/08/2020 12h08

A Comissão de Caridade da Inglaterra e País de Gales está investigando, pela segunda vez, a igreja The Kingdom, do sul de Londres, no qual o chefe do local, Climate Wiseman, vendia uma garrafa de óleo e um pedaço de barbante, afirmando — sem comprovação científica — que os objetos protegiam os fiéis contra o coronavírus.

A entidade responsável pela regulamentação de instituições de caridade na Inglaterra e no País de Gales já tinha investigado a igreja em abril, quando foi divulgada a venda dos produtos por 91 libras esterlinas (cerca de R$ 660). Após a primeira investigação, o chefe da igreja mudou o nome dos kits para "óleo de proteção divina" e continua vendendo os produtos.

Agora, a segunda investigação — que começou no início deste mês — visa conferir se as informações de receitas e despesas fornecidas pela instituição estão de acordo com o divulgado. Além de examinar se os responsáveis pela coordenação da instituição estão cumprindo com os deveres legais da administração.

Helen Earner, diretora dos serviços regulatórios da comissão, informou à emissora de televisão Sky News que a segunda investigação foi iniciada após notarem informações estranhas que "preocuparam" na primeira inspeção da igreja.

"As instituições de caridade devem ser organizações em que as pessoas podem confiar. Muitos [cidadãos] ficaram preocupados com as alegações sobre as atividades desta instituição de caridade em relação à covid-19 e, por isso, é certo que nós devemos intervir", explicou.

A diretora afirmou que as apurações serão ampliadas: "Nosso próprio exame identificou outras preocupações que requerem investigação, e é por isso que agora abrimos um inquérito oficial", disse.

Resposta

Em resposta à nova investigação, o chefe da igreja ponderou que ela foi motivada por uma "publicidade negativa de algumas pessoas" e que continuará a vender "óleos curativos", que foram rebatizados como "óleo de proteção divina".

"Ela [a comissão] pode acreditar que há algumas irregularidades [nas contas], mas nunca gastei um único centavo comigo ou para me beneficiar. Tudo o que fiz foi promover a caridade para fazer o que Deus me disse para fazer. Não estou preocupado com a investigação, afinal eles têm que fazer o seu trabalho", explicou Wiseman ao Southwark News.

"Não chamo de kit de proteção contra pragas, mas é algo que Deus me deu", disse o chefe da igreja. "Nunca posso negar a verdade de que Deus cura."