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Garoto de 13 anos com autismo é baleado pela polícia nos EUA

Linden Cameron, de 13 anos, foi baleado pela polícia - Reprodução/GoFoundMe
Linden Cameron, de 13 anos, foi baleado pela polícia Imagem: Reprodução/GoFoundMe

Do UOL, em São Paulo

08/09/2020 11h01

Golda Barton ligou sexta-feira (4) para pedir ajuda à polícia de Salt Lake City, pois seu filho de 13 anos, portador da síndrome de Asperger, estava tendo uma crise. O pedido de socorro virou um caso bem mais grave. Um policial atirou várias vezes no jovem, que tentou fugir, e agora está internado em estado grave, na UTI.

Segundo o Washington Post, Linden Cameron apresenta lesões nos intestinos, bexiga, tornozelos e ombros. A mãe afirma que ele não estava armado e tampouco foi encontrado alguma arma no local.

"Ele é uma criança. Por que vocês não o derrubaram? Ele é um bebê. Ele tem um distúrbio mental", chorou Barton, em entrevista à KUTV.

A mãe respondeu a algumas perguntas da polícia e o prefeito de Salt Lake City ordenou uma rápida investigação. "Não importam as circunstâncias, o ocorrido na sexta-feira foi uma tragédia. Espero que a investigação seja rápida e transparente", disse o prefeito Erin Mendenhall ao jornal Salt Lake Tribune.

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Linden Cameron levou diversos tiros
Imagem: Reprodução/GoFoundMe

Barton explica em uma página de um financiamento coletivo para pagar as despesas médicas do filho que Linden é um garoto comum, que gosta de videogames e skate. Mas que ele tem dificuldades de lidar com saídas da mãe.

Ela contou à KUTV que saiu pela primeira vez para trabalhar em um ano na sexta-feira, e ele teve uma crise de ansiedade. A ligação para a polícia foi para auxiliar que ele fosse levado a um hospital. "Quando se liga para a polícia, esperamos que eles usem o mínimo de força possível", disse ela. "Por que não o pararam com um taser (arma que dispara choque elétrico), ou com bala de borracha. Vocês são policiais grandes, com um monte de recursos... Dá um tempo."

Os policiais pediram para ela deixar a casa. Menos de cinco minutos depois, ela ouviu gritos para ele deitar no chão e o som de um tiro. Cameron teria conseguido sair da casa e foi alvejado. O garoto teria sido algemado mesmo após baleado e a mãe, questionando se ele estava vivo, teria sido ignorada.

A polícia alega que a suspeita era que o jovem estivesse armado e vai investigar o caso usando câmeras usadas no uniforme dos policiais.

A polícia dos Estados Unidos, que já tem problemas com tratamento a negros, também é criticada por tratar mal pessoas com distúrbios mentais. Em março, Daniel Prude, de 29 anos, morreu de asfixia depois de um policial colocar um capuz em sua cabeça durante uma crise.