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Apuração na Geórgia tem danos em cartão de memória e cédulas fora do padrão

Do UOL, em São Paulo

05/11/2020 17h53Atualizada em 05/11/2020 19h11

Um dos diretores eleitorais da Geórgia, Gabriel Sterling declarou hoje que o estado enfrenta problemas com cédulas em dimensões fora do padrão, além de um cartão de memória corrompido, contendo imagens de cerca de 400 votos. Ainda restam 47.277 cédulas a serem computadas, afirmou ele, justificando parte da demora.

"É a primeira vez que usamos cédulas de papel no estado em 20 anos", disse. "Não sabemos quanto tempo o processo de apuração ainda levará."

Ao menos 4.400 votos ainda estão sendo recebidos pelas autoridades, porém, um dos cartões de memória apresentou falhas e, por isso, todas as cédulas registradas nele —cerca de 400— ainda não foram computadas.

O problema que enfrentamos na Geórgia é uma votação apertada. Outros estados tiveram mais votos para contar do que nós, mas com margem de diferença bem maior e, por isso, menor preocupação."
Gabriel Sterling

Sterling também relatou que 466 cédulas não foram registradas nas dimensões corretas, e que é necessário conferir, uma a uma, para saber se ocorreu algum erro ou se trata de fraude.

As cédulas são baseadas em coordenações necessárias para serem escaneadas. Se estiverem do tamanho errado, não podem ser escaneadas, então é necessário comparar as cédulas originais com as escaneadas."
Gabriel Sterling

Como está a contagem?

Os Estados Unidos não têm um órgão oficial que divulga, em tempo real, os resultados das urnas, como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil. Por isso, as agências de notícias e veículos de comunicação como AFP, AP e Fox fazem extrapolações estatísticas e apontam os vencedores por estado. A AFP chegou a considerar definida a apuração do Arizona — e Joe Biden somava mais 11 votos até a manhã desta quinta-feira (5). A contagem de votos continua no estado.

O democrata Joe Biden segue à frente na votação nacional, com 253 delegados, contra 214 do republicano Donald Trump.

No sistema eleitoral americano, os 538 votos do Colégio Eleitoral — ou 538 "delegados" — determinam quem será o presidente. Esses 538 votos são distribuídos entre os estados, de forma proporcional, considerando a população de cada um deles. Ganha quem alcançar 270 delegados. O candidato que ganhar a eleição popular dentro do estado leva todos os votos dele no Colégio Eleitoral — com exceção do Maine e de Nebrasca, que dividem seus votos de acordo com os distritos regionais.

O estado da Geórgia apresenta 16 delegados e é apontado reduto conservador e republicano desde a década de 1990. Trump lidera por 0,3 ponto percentual. Ele também está vencendo na Carolina do Norte e na Pensilvânia, embora a diferença de 1,8 ponto percentual para Biden neste último já tenha sido de 14 pontos. O republicano é favorito para vencer no Alasca.

Para ser reeleito, o republicano precisa confirmar a vitória nesses quatros estados onde lidera, além de virar em Nevada.

Os Estados Unidos não têm um órgão oficial que divulga, em tempo real, os resultados das urnas, como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil. Por isso, a imprensa faz projeções estatísticas e aponta os vencedores em cada estado.

Todos os veículos indicam que cinco estados ainda estão em aberto:

  • Pensilvânia (20 delegados)
  • Geórgia (16)
  • Carolina do Norte (15)
  • Nevada (6)
  • Alasca (3)

Há dúvida sobre o Arizona, com 11 delegados. Algumas fontes, como AP e Fox News, consideram garantida a vitória do democrata Joe Biden no estado. Outros, porém, como o The New York Times e a AFP, apontam que Trump ainda pode virar.

Trump pedirá recontagem dos votos

A campanha de Trump anunciou ontem que pedirá recontagem de votos nos estados de Wisconsin e Michigan e que entrará com ação judicial contra o processo eleitoral no estado da Pensilvânia e na Geórgia, com o objetivo de suspender a contagem de votos.

Mais cedo, a Justiça negou os pedidos em Michigan e na Geórgia.

Em Wisconsin, a vitória de Joe Biden foi confirmada pelas agências AP e AFP, o jornal "New York Times" e a rede de TV americana CNN, na tarde de hoje — com 99% das urnas apuradas, o democrata aparece com 49,6% dos votos contra 48,9% de Trump.

Como a diferença entre Biden e Trump é menor que um ponto percentual, o presidente pode pedir uma recontagem de votos.