Topo

Esse conteúdo é antigo

Trump entra com pedido para suspender contagem de votos na Filadélfia

3.nov.2020 - O presidente dos EUA, Donald Trump, em comício em Michigan - Carlos Barria/Reuters
3.nov.2020 - O presidente dos EUA, Donald Trump, em comício em Michigan Imagem: Carlos Barria/Reuters

Do UOL, em São Paulo

05/11/2020 19h44Atualizada em 05/11/2020 21h32

A campanha do presidente Donald Trump entrou com mais um pedido para suspender a contagem de votos na Filadélfia, cidade da Pensilvânia, alegando que o Conselho Eleitoral do condado não está obedecendo a uma ordem do tribunal de apelações estadual para permitir que observadores possam se aproximar das mesas de contagem.

Segundo informações da NBC News, o pedido foi protocolado na tarde de hoje. "[O Conselho] está estudando a ordem há mais de uma hora e meia, enquanto a contagem continua sem nenhum republicano presente", diz o processo.

A equipe do republicano, que busca a reeleição, tenta conseguir uma liminar de emergência para interromper a contagem até que os observadores republicanos tenham acesso liberado.

Estado-chave para os democratas, a Pensilvânia é um dos estados que contou com atrasos na apuração das urnas. O resultado garante ao vencedor 20 votos.

A disputa começou com Joe Biden liderando com boa vantagem no início da apuração, parecendo confirmar a previsão das pesquisas de opinião. Pouco depois, Trump conseguiu abrir vantagem sobre o adversário, mas, após uma atualização, viu a diferença no placar parcial caiu para menos de 100 mil votos com 92% dos resultados apurados.

Diante da diminuição na vantagem sobre o adversário, Trump — que venceu no estado em 2016 — anunciou que irá à Suprema Corte para questionar o recebimento de cédulas pelo correio até três dias após o dia das eleições.

Isso aconteceu porque votos do condado de Allegneny não serão contados por conta de leis e decisões judiciais. Boa parte das cédulas desses eleitores foi enviada a outras pessoas. Pouco antes da eleição, receberam novos papéis de votação, um processo questionado pela campanha republicana.

Os Estados Unidos não têm um órgão oficial que divulga, em tempo real, os resultados das urnas, como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil. Por isso, as agências de notícias e veículos de comunicação como AFP, AP e Fox fazem extrapolações estatísticas e apontam os vencedores por estado. A AFP chegou a considerar definida a apuração do Arizona — e Joe Biden somava mais 11 votos até a manhã desta quinta-feira (5). A contagem de votos continua no estado.

Justiça negou outros dois pedidos

Hoje, Donald Trump já sofreu duas derrotas judiciais: uma em Michigan e outra na Geórgia. No primeiro estado, a juíza Cynthia Stephens negou um pedido feito pela equipe do republicano para tentar interromper a apuração que definirá o resultado das eleições americanas. A decisão será formalizada por escrito amanhã.

Mais de 98% dos votos já foram computados em Michigan, segundo cálculos da Associated Press. Até as 16h, o democrata Joe Biden aparecia com 50,6%, quase três pontos percentuais a mais do que Trump (47,8%), e já era apontado como vencedor dos 16 delegados do estado.

O caso da Geórgia é semelhante: o juiz James Bass rejeitou o processo aberto pela campanha de Trump para interromper a contagem de votos no estado, onde a disputa é ainda mais acirrada: o atual presidente está apenas 0,3 ponto percentual à frente de Biden.

Em seu recurso, Trump pediu o cumprimento das leis sobre o voto pelo correio, ao levantar suspeitas sobre 53 cédulas que não fariam parte de um lote original. A ação, no entanto, foi indeferida por Bass, do Tribunal Superior do Condado de Chatham, que ainda não deu mais explicações sobre sua decisão.