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Bolívia e Chile fecham fronteiras contra variantes do coronavírus

Bolívia possui fronteira terrestre com quatro estados brasileiros: Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul  - Hector Vivas/Getty Images
Bolívia possui fronteira terrestre com quatro estados brasileiros: Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul Imagem: Hector Vivas/Getty Images

Do UOL, em São Paulo *

01/04/2021 10h56Atualizada em 01/04/2021 14h23

O presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou hoje o fechamento da fronteira do país andino com o Brasil por sete dias para evitar o alastramento de variantes da covid-19, como a P.1, detectada inicialmente no Japão em pessoas que haviam passado por Manaus.

O anúncio foi feito por meio do perfil de Arce no Twitter, que complementou dizendo que, "nos municípios fronteiriços onde tenha sido verificada a circulação de variantes da covid-19", os governos locais serão os responsáveis por realizar o isolamento dos territórios.

O ministro da Saúde da Bolívia, Jeyson Auza, esclareceu que o fechamento da fronteira com o Brasil, que tem 3,4 mil km, entrará em vigor amanhã.

O governo não disse se medidas específicas serão aplicadas para as viagens aéreas. Até agora, cada pessoa que entra na Bolívia deve apresentar um resultado negativo de teste para a covid-19.

A Bolívia possui fronteira com quatro estados brasileiros: Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Já do lado boliviano, os departamentos de Santa Cruz, Beni e Pando fazem fronteira com o Brasil.

Segundo a agência de notícias estatal ABI (Agência Boliviana de Informação), os governos dos municípios bolivianos fronteiriços ainda poderão abrir os limites da fronteira com o Brasil por até três horas por dia, de modo a permitir as atividades comerciais entre os dois países.

Na última terça-feira (30), Arce já tinha dito que a Bolívia aceleraria a vacinação contra a covid-19 na fronteira com o Brasil como medida para conter o avanço da P.1, já que a população de municípios fronteiriços são as "mais expostas".

De acordo com dados atualizados ontem pelo painel Our World in Data, da Universidade de Oxford (Reino Unido), 1,6% da população boliviana já foi vacinada contra a covid-19, percentual menor que o Brasil, que já imunizou 8,3% da população.

A Bolívia começou a vacinar profissionais de saúde e pessoas em grupos de risco contra o novo coronavírus em fevereiro e planeja imunizar toda a população adulta entre agosto e setembro.

Chile também fecha fronteiras

Depois da Bolívia, o Chile anunciou que também fechará suas fronteiras durante todo mês de abril diante do aumento dos casos de coronavírus no país, em paralelo ao avanço da campanha de vacinação —informou a subsecretária de Prevenção de Delito, Katherine Martorell, em uma nota.

A medida, que entra em vigor na próxima segunda-feira (5), foi anunciada ao mesmo tempo em que o Chile registrava o maior o número diário de contágios pelo novo coronavírus em toda pandemia: 7.830 casos e 193 mortos.

Com esses registros, o país ultrapassou 1 milhão de casos (1.003.406) e alcançou as 23.328 mortes registradas desde o primeiro caso detectado em 3 de março de 2020.

"Precisamos com urgência de um esforço adicional, porque estamos em um momento muito crítico da pandemia", disse o porta-voz do governo Jaime Bellolio.

No país, as autoridades de saúde já detectaram a presença das variantes brasileira e britânica da covid-19.

O aumento dos contágios no Chile ocorre paralelamente ao rápido avanço da vacinação, que já alcançou sete milhões de pessoas com pelo menos uma dose.

A meta do governo é vacinar 80% da população antes de 30 de junho, neste país de 19 milhões de habitantes. No entanto, o sucesso do processo de vacinação gerou uma falsa sensação de segurança contra o vírus, o que se somou à retomada prematura de várias atividades - como aulas presenciais, academias e cassinos. Segundo os especialistas, esse foi o motivo do aumento sustentado dos casos.

Até o momento, 24% da população completou as duas doses necessárias para alcançar a imunidade.

O relatório covid desta quinta-feira, que reúne especialistas da Universidade do Chile, da Universidade Católica do Chile e da Universidade de Concepción, informa pela primeira vez uma presença menor na UTI de pacientes maiores de 70 anos.

* Com informações da AFP, em La Paz (Bolívia) e em Santiago (Chile)