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'Estava em coma total', diz homem que ajudou jovem agredido na Espanha

Samuel Luiz nasceu no Brasil e foi ainda bebê para a Espanha, segundo a imprensa espanhola - Reprodução/Twitter/@AnabelAlonso_of
Samuel Luiz nasceu no Brasil e foi ainda bebê para a Espanha, segundo a imprensa espanhola Imagem: Reprodução/Twitter/@AnabelAlonso_of

Do UOL, em São Paulo

07/07/2021 13h32

Dois homens que tentaram socorrer Samuel Luiz Muñiz, o jovem nascido no Brasil de 24 anos que foi espancado até a morte na Espanha, contaram à TV local como foram os últimos momentos da vítima antes da morte. Marco e Begoña, como foram identificados, haviam saído pela primeira vez em um ano e ficaram com o jovem no chão enquanto aguardavam a ambulância.

De acordo com o relato dos dois, Begoña foi quem ligou para a emergência e Marco quem tentou manter Samuel vivo.

"Quando eu vejo o rapaz no chão, primeiro tiro um pouco da roupa dele para deixá-lo confortável, ponho uma espécie de travesseiro nele, ponho ele de lado, coloco a língua de fora, tudo para tentar evitar que ele sufocasse", disse Begoña em entrevista republicada pelo jornal El Mundo.

Marco ainda tentou verificar os sinais vitais de Samuel. "Eu estava acompanhando, conversando com ele, tentando acordá-lo. Mas ele estava realmente em coma total. Peguei em seu pulso três vezes durante aqueles minutos e não consegui encontrá-lo [vivo]", afirmou.

Ainda, segundo o relato da dupla, a ambulância demorou um pouco para chegar. Eles teriam ficado cerca de uma hora no local.

"Tenho quase 50 anos e tenho filhos dessa idade. Imaginei como se ele fosse mais um filho. Segurando-o, ficando com ele para que não ficasse sozinho ali", comentou.

Ontem, a polícia prendeu três suspeitos entre 20 e 25 anos de terem matado Samuel na noite de sábado (3) em La Coruña. Segundo uma amiga, testemunha do crime, o rapaz, que era gay, recebeu ofensas homofóbicas enquanto era agredido na saída de uma boate.

Ainda, segundo o jornal espanhol, os investigadores recolheram depoimentos de 15 testemunhas e não descartam qualquer linha de investigação, nem mesmo a de crimes de ódio.

"Não estão descartadas novas detenções ao longo destes dias", disse o delegado do Governo na Galiza José Miñones. Ele ainda afirmou que o objetivo é "encerrar bem a investigação para levar os responsáveis à Justiça e que não há nenhuma dúvida."