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Segurança é condenado por matar herdeira britânica e culpar 'jogo sexual'

Marc Schatzle estrangulou a herdeira britânica com uma toalha, no quarto de um hotel de luxo na Suíça - Reprodução/Facebook
Marc Schatzle estrangulou a herdeira britânica com uma toalha, no quarto de um hotel de luxo na Suíça Imagem: Reprodução/Facebook

Colaboração para o UOL, em Santos

01/10/2021 15h00Atualizada em 02/10/2021 10h10

Um segurança alemão foi condenado hoje a 18 anos de prisão por matar sua namorada, Anna Reed, de 22 anos, herdeira de uma rica família britânica. Ele alegou à Corte que a morte, em 2019, ocorreu após "um jogo sexual que deu errado".

Marc Schatzle, de 32 anos, estrangulou Anna com uma toalha em um quarto de um hotel de luxo às margens do Lago Maggiore, na Suíça.

Segundo o Daily Mail, o tribunal ouviu que Anna, de uma família conhecida do hipismo no Reino Unido, gastou o equivalente a 50.000 libras (R$ 365 mil) com Schatzle, em seu relacionamento de três meses.

A família Reed é bem conhecida na área. Eles administram o Copgrove Hall Stud, com 300 acres, fundado pelo tio-avô de Anna, Guy Reed, um proeminente proprietário e criador de cavalos de corrida.

A própria Anna era uma amazona talentosa e seu pai, Clive, é o curador dos garanhões. A família também possui uma propriedade em Mônaco.

Em 9 de abril de 2019, ela foi morta após ameaçar deixá-lo. Schatzle, um fisiculturista e pai de dois filhos, tentou alegar que acidentalmente sufocou Anna durante o sexo. Mas sua história foi rejeitada por um grupo de juízes que o considerou culpado de homicídio doloso.

A promotora Petra Canonica Alexakis expôs ao tribunal como o segurança roubou o cartão de crédito de Anna e o escondeu em um painel do teto do elevador do hotel, apenas para ser descoberto cinco meses após sua morte.

Em sua sentença promulgada hoje, o juiz Mauro Ermani disse que o que ocorreu foi "um homicídio doloso de um nível particularmente alto, próximo ao de um assassinato. Sua culpa é de um grau elevado. Ele provou ser capaz de matar uma jovem que lhe deu amor e dinheiro, porque ele não conseguia conter suas emoções quando se sentia abandonado".

O juiz disse que a alegação da defesa de Schatzle, de que a morte de Anna foi o resultado de um jogo sexual que "terminou mal" era "conveniente".

Relação entre herdeira e segurança envolvia uso de drogas e álcool - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Marc afirmou no Tribunal que, assim como ele, Anna gostava de usar drogas e ainda frequentava clubes de sexo
Imagem: Reprodução/Facebook

"A mulher foi morta com um ato intencional. A morte por estrangulamento não é instantânea: quem a causa tem tempo de ver o que está acontecendo, vê a vítima sufocar, mas não para", justifica Ermani.

No código penal suíço, um homicídio doloso é quando uma pessoa se comporta intencionalmente de forma a causar a morte de outra.

O crime de assassinato é reservado para uma situação em que a pessoa causou intencionalmente a morte de outra pessoa com uma crueldade particular ou um motivo ou objetivo odioso.

O promotor do caso disse que Marc Schatzle gostava da boa vida, das viagens e dos presentes, mas sozinho não teria dinheiro para isso. "Depois que ele conheceu Anna, sua vida melhorou muito. Ela era ideal para ele - linda, charmosa e, principalmente, rica. Ele a matou por motivos financeiros, porque na noite em que ela morreu, eles discutiram e ela ameaçou deixá-lo".

Transtorno narcisista

De acordo com um relatório psiquiátrico, Schatzle, que nasceu em Jestetten, em Baden-Württemberg, no sudoeste da Alemanha, sofre de um transtorno narcisista de personalidade, tendo um prazer infantil em parecer importante e agradável.

Em 2018, ele recebeu uma sentença de oito meses por agredir um menino de 17 anos. Três anos antes, ele havia passado 6 meses na cadeia por roubo e também foi obrigado a fazer terapia de reabilitação de drogas.

Nas redes sociais, ele usa o apelido "Marc Dirtywhite". Dirty White é a gíria de rua para cocaína crua. Outra referência para o apelido seria um grupo de supremacia branca, os Dirty White Boys, do qual se suspeita que ele faça parte.

Ele conheceu Anna na Tailândia apenas três meses antes de sua morte. Sexo e cocaína fluíram livremente durante o seu relacionamento, e, como brincou o réu no tribunal, o mesmo aconteceu com o álcool por ela "ser britânica".

"Ela gostava de clubes de sexo como o KitKat, em Berlim. Ela também gostava de beber - ela era britânica", disse ele durante o julgamento.