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Estátua de George Floyd é vandalizada em Nova York; câmera registrou a ação

Do UOL, em São Paulo

04/10/2021 13h20Atualizada em 04/10/2021 14h31

Uma estátua em homenagem a George Floyd foi vandalizada ontem na cidade de Nova York. A ação foi registrada por uma câmera de segurança e divulgada nas redes sociais, na tentativa de encontrar o autor.

O busto de Floyd, homem negro que morreu após ser asfixiado por nove minutos por um policial no estado de Minnesota (EUA), em maio de 2020, fica na Union Square e foi inaugurado há poucos dias.

Uma tinta foi jogada na estátua por volta das 10h15 (horário local).

Segundo as autoridades, as imagens mostram um homem misturando a tinta atrás da estátua antes de jogá-la e fugir andando de skate.

Veja abaixo:

O trabalho de limpeza do busto já está em andamento.

A estátua de Floyd está ao lado do busto de John Lewis, defensor dos direitos civis dos negros que marchou com Martin Luther King Jr., e de Breonna Taylor, jovem negra assassinada a tiros por engano dos policiais durante uma operação de busca em seu apartamento. Apenas a de Floyd foi vandalizada.

"É extremamente decepcionante como as estátuas foram desfiguradas em tão pouco tempo, e isso só mostra o quanto ainda temos que ir para alcançar nosso objetivo de unidade", disse Terrence Floyd, irmão de George, ontem em um comunicado conjunto com a organização sem fins lucrativos Fundação We Are Floyd, segundo o jornal The New York Times.

Ainda conforme o jornal, Chris Carnabuci, artista responsável pelas esculturas, disse que, embora o vandalismo não tenha sido uma surpresa completa, "é muito perturbador para todos nós".

O caso está sendo investigado. Uma recompensa de até US$ 3.500 (o equivalente a R$ 19 mil) foi oferecida para quem fornecer informações sobre o autor do ato de vandalismo.

Em junho, o nome de um pequeno grupo de extrema-direita foi pichado na mesma estátua, antes exposta no bairro do Brooklyn, também em Nova York.

Morte de Floyd

O assassinato de Floyd, 46 anos, asfixiado depois que Derek Chauvin permaneceu quase 10 minutos com o joelho sobre o pescoço da vítima, provocou grandes protestos nos Estados Unidos contra o racismo e a brutalidade policial.

O agora ex-policial foi filmado ajoelhado sobre o pescoço de Floyd, indiferente às queixas de dores do homem ou aos apelos das pessoas que passavam pelo local.

A cena, que foi disponibilizada nas redes sociais, viralizou rapidamente. Antes de morrer, Floyd, desesperado, repetia: "Eu não consigo respirar". As imagens levaram milhares de pessoas às ruas nos Estados Unidos e em outros países, com manifestações para exigir o fim do racismo e da brutalidade policial.

Chauvin e outros três policiais participaram na detenção de Floyd por supostamente ter usado uma nota falsa de 20 dólares em uma loja de Minneapolis.

Chauvin foi condenado em abril deste ano por assassinato não intencional em segundo grau, assassinato em terceiro grau e homicídio culposo. No fim de setembro, ele apresentou uma apelação a um tribunal distrital de Minnesota, na qual menciona 14 queixas relacionadas a seu julgamento.

Os outros agentes que participaram na operação devem ser julgados no próximo ano.

* Com AFP