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Austrália dará auxílio para vítima de violência doméstica deixar parceiro

Imagem meramente ilustrativa sobre violência de gênero Imagem: Gerd Altmann por Pixabay

Colaboração para o UOL

19/10/2021 23h36Atualizada em 19/10/2021 23h36

Na Austrália, vítimas de violência doméstica começaram a receber ajuda financeira do governo. A ideia é estimular que cidadãos deixem parceiros agressivos. No país, segundo dados do governo, uma mulher é morta pelo parceiro a cada nove dias. O benefício, no entanto, vale para pessoas de qualquer gênero. A oferta é de 5 mil dólares australianos — o equivalente a R$ 20,9 mil na cotação atual.

O projeto tem dividido a opinião da população. Algumas pessoas defendem a iniciativa — e o próprio governo australiano relata um aumento dos crimes de violência doméstica ao longo da pandemia —, enquanto outras alegam que a solução não aborda as raízes do problema — a violência em si. As informações são da CNN World.

Para Mary Crooks, diretora executiva do Victorian Women's Trust, é preciso dar um passo para romper com o sistema patriarcal.

"Há uma grande questão moral, ética e política aqui. Por que ela tem que passar por esse trauma e deslocamento extraordinários em sua vida, se ela não foi, de fato, quem está perpetrando o dano? Por que ela tem que ser a responsável por pegar as crianças e animais de estimação rapidamente e, possivelmente, não conseguir um lugar em um refúgio?", questionou.

Com o avanço do desemprego durante a crise da covid-19 e as restrições de deslocamento impostas em vários momentos, houve uma reconhecida maior dificuldade para que mulheres tomassem a decisão de deixar seus lares, o que impactou na decisão de lançar o programa.

A Austrália ocupa o 50º lugar entre as nações em ranking de igualdade de gênero, segundo o Relatório Global de Gênero 2021, do Fórum Econômico Mundial. O país aparece atrás de Reino Unido, Nova Zelândia, França e Estados Unidos.

Em entrevista ao National Indígena Times, Antoinette Braybrook, CEO da Djirra, lembra que a situação é ainda mais delicada quando se trata de minorias e revelou que muitas mulheres indígenas têm medo de denunciar os seus agressores.

"Muitas vezes somos erroneamente identificadas como as perpetradoras da violência familiar e criminalizadas. Estamos aterrorizadas com a ameaça de perder nossos filhos", disse.

Segundo estudo realizado em 2018 pela organização nacional de pesquisa da Austrália, um em cada cinco australianos acreditam que comportamentos agressivos são "normais" e fazem parte do "estresse do dia a dia".

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