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EUA testam armas hipersônicas, mas foguete falha, diz CNN

Foto ilustrativa: presidente Biden participa de cerimônia em homenagem às vítimas de 11 de setembro no Pentagono - Kevin Dietsch/ GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
Foto ilustrativa: presidente Biden participa de cerimônia em homenagem às vítimas de 11 de setembro no Pentagono Imagem: Kevin Dietsch/ GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP

Colaboração para o UOL*

22/10/2021 08h23

Na corrida armamentista contra China e Rússia, os Estados Unidos tiveram uma falha durante um teste hipersônico realizado ontem. O fracasso foi comunicado pelo Pentágono nesta quinta-feira (21), segundo informou a CNN.

Um booster stack, que é o foguete usado para acelerar o projétil a velocidades hipersônicas, falhou, e o teste do projétil —o corpo de deslizamento hipersônico—, não pôde prosseguir.

O comunicado informa que, como o foguete falhou, o Pentágono não foi capaz de testar o corpo deslizante hipersônico, que é o principal componente necessário para desenvolver uma arma hipersônica.

Apesar do fracasso, o tenente-coronel Tim Gorman, porta-voz do Pentágono, minimizou a falha. "Experimentos e testes —bem ou malsucedidos— são a espinha dorsal do desenvolvimento de tecnologias críticas e altamente complexas em uma velocidade tremenda, como o departamento está fazendo com as tecnologias hipersônicas".

A falha é outro golpe para o esforço dos EUA após um teste falho em abril e acontece dias depois de ser relatado que a China havia testado com sucesso um veículo planador hipersônico.

Testes bem-sucedidos

O teste fracassado ocorre depois que a Marinha e o Exército conduziram uma série de testes de medição hipersônica bem-sucedidos, destacando a prioridade do Pentágono de pesquisar e testar rapidamente esse tipo de sistema de armas.

Os três testes de sondagem conjuntos foram projetados para coletar dados e realizar experimentos hipersônicos de parceiros do Departamento de Defesa dos EUA envolvidos no desenvolvimento de armas avançadas.

Esses testes, realizados na Instalação de Voo Wallops (WFF) da NASA na costa leste da Virgínia, fornecem dados para o desenvolvimento das armas hipersônicas das Forças Armadas, incluindo o Ataque Convencional Global Imediato da Marinha e a Arma Hipersônica de Longo Alcance do Exército.

Preocupação com teste feito na China

O embaixador Robert Wood, representante permanente dos Estados Unidos na Conferência do Desarmamento, expressou sua preocupação no começo desta semana após os informes de que a China tinha feito um teste em agosto com um míssil hipersônico com capacidade nuclear.

Segundo o jornal Financial Times, a China lançou um míssil hipersônico que completou uma volta ao mundo antes de aterrissar, falhando em alcançar seu objetivo.

"Estamos muito preocupados com o que a China está fazendo na frente hipersônica", admitiu Wood, que na semana que vem deixará o cargo em Genebra depois de sete anos.

A China insistiu em que o teste era rotineiro para uma nova espacial e não para um míssil.

Wood alertou que a Rússia também dispõe de tecnologia hipersônica e que, embora os Estados Unidos tenham se abstido de desenvolver uma capacidade militar neste campo, agora não tem outra opção do que responder da mesma forma.

A China apresentou em 2019 um míssil hipersônico de médio alcance, o DF-17, capaz de percorrer 2.000 km e que pode transportar ogivas nucleares.

O míssil mencionado no artigo do Financial Times é outro, de maior alcance. Pode ser posto em órbita antes de voltar à atmosfera para alcançar seu objetivo.

A Rússia lançou recentemente um míssil hipersônico, o Zircon, de um submarino, e desde o fim de 2019 tem em serviço mísseis hipersônicos com capacidade nuclear Avangard, capazes de viajar até Mach 27, mudando de rumo e altitude.

O Pentágono espera desenvolver suas primeiras armas hipersônicas até 2025 e disse que são uma de suas "maiores prioridades".

*Com informações da AFP.