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Arqueólogos acham quarto de escravos em Pompeia: 'Realidade precária'

Quarto tem apenas 16m² e abrigava dois adultos e uma criança - Reprodução de vídeo/Pompeii Sites
Quarto tem apenas 16m² e abrigava dois adultos e uma criança Imagem: Reprodução de vídeo/Pompeii Sites

Colaboração para o UOL

08/11/2021 13h00Atualizada em 08/11/2021 15h46

Arqueólogos descobriram um antigo quarto usado por escravos há mais de 1.900 anos, no vilarejo de Civita Giuliana, na Itália. Apesar de todo o tempo transcorrido, o local está em bom estado de conservação, segundo divulgado pelo Parque Arqueológico de Pompeia.

Os especialistas acreditam que a sala foi preservada durante a erupção do Vesúvio, em 79 d.C., uma tragédia que foi responsável pela morte de milhares de pessoas que não conseguiram fugir da região. O quarto fica a 700 metros da antiga cidade romana.

No cômodo, que tem cerca de 16 m², há três camas de madeira, um vaso de cerâmica e uma arca, também de madeira, contendo objetos de metal e tecidos que possivelmente são partes de arreios de cavalos.

As camas são feitas de tábuas que poderiam ser ajustadas conforme a altura da pessoa que se deitasse nela. Duas têm 1,7 metro de comprimento, enquanto a terceira mede 1,4 metro. A sala era iluminada por uma pequena janela e os moradores guardavam objetos pessoais debaixo das camas, como uma vasilha, jarros de cerâmica, pedaços de carruagem e um penico.

O comunicado do parque arqueológico também destaca que, além de servir de dormitório, o ambiente também era um depósito, pois no canto da sala existem oito ânforas - vasos antigos de barro - que estavam amontoadas.

A escavação do local faz parte de uma ação para conhecer mais sobre os antigos moradores da região. "É uma janela para a realidade precária de pessoas que raramente aparecem nas fontes históricas, escritas quase que exclusivamente por homens pertencentes à elite", disse o gerente geral do Parque Arqueológico de Pompeia, Gabriel Zuchtriegel.

Para ele, o que mais chamou a atenção foi a precariedade do ambiente voltado para os escravos. "Na minha vida de arqueólogo, não descobri grandes tesouros. Mas acredito que o verdadeiro tesouro é a experiência humana, neste caso das mais precárias da sociedade antiga. Este quarto fornece um testemunho único sobre isso".