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Merkel sobre covid na Alemanha: 'será pior do que tudo que vimos até agora'

22 jun. 2021 - A primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, alertou para a situação da covid-19 na Alemanha - Pool/Getty Images
22 jun. 2021 - A primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, alertou para a situação da covid-19 na Alemanha Imagem: Pool/Getty Images

Do UOL, em São Paulo*

22/11/2021 09h53Atualizada em 22/11/2021 12h39

A chanceler alemã, Angela Merkel, advertiu hoje que, com a atual evolução, os recordes diários de casos e a baixa vacinação, a situação da covid-19 "será pior do que tudo o que vimos até agora". Merkel fez a afirmação durante um encontro de dirigentes de seu partido, a conservadora União Democrata Cristã (CDU), de acordo com uma fonte da Bloomberg.

Segundo a chanceler, as atuais restrições no país "não são suficientes diante da situação dramática" provocada pelo surto de infecções de covid-19 e defendeu restrições mais rígidas para tentar conter o avanço do vírus.

Merkel esclareceu no encontro que a situação é "altamente dramática" e comunicou que em pouco tempo os hospitais estarão sobrecarregados de infectados pela doença, caso não haja medidas rígidas para conter a covid-19 no território, informou a Bloomberg.

A chanceler disse ainda que muitos cidadãos parecem não ter entendido a gravidade do aumento da doença pelo país e ponderou que apenas a vacinação não é o suficiente para impedir a situação atual.

No encontro, Merkel solicitou aos 16 estados do país — que têm autonomia para determinar as políticas de combate à doença — para definirem medidas mais duras contra o novo coronavírus ainda esta semana.

Apesar das tentativas anteriores, o país não conseguiu elevar a taxa de vacinados para além de 68% da população.

Infecções e mortes

Nos últimos dias, a Alemanha registrou um número sem paralelo de contaminações desde o início da pandemia, ultrapassando 65 mil casos em 24 horas na semana passada. Nesta segunda, a taxa de incidência de sete dias era de 386,5, um recorde. Em algumas regiões, hospitais já informaram que suas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) estão lotadas.

No geral, 5,35 milhões de infecções por coronavírus foram notificadas na Alemanha desde o início da pandemia, em fevereiro de 2020. O país já registrou 99.062 mortes em decorrência da doença.

Teremos mais mortes, diz ministro da Saúde

O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, declarou hoje que as pessoas que não se vacinaram contra a covid-19 devem pegar o vírus nos próximos meses e algumas morrerão em decorrência da doença.

Em entrevista coletiva, Spahn declarou que o final do inverno europeu "quase todo mundo na Alemanha provavelmente estará vacinado, recuperado ou morto" e reconheceu que algumas pessoas podem achar a declaração exagerada.

"A imunidade [da população] será alcançada (...) A questão é se é por vacinação ou infecção, e recomendamos empaticamente o caminho por meio da vacinação", advertiu o ministro.

Ele apelou mais uma vez aos alemães a se vacinarem "com urgência", pois o índice nacional de pessoas que receberam as doses continua inferior à observada em muitos outros países europeus.

A Alemanha, especialmente as regiões do sul e do leste, é duramente atingida por uma nova onda de contaminações que especialistas e políticos atribuem a uma taxa de vacinação (68%) que está entre as mais baixas da Europa Ocidental.

País debate vacinação compulsória

Políticos alemães estão debatendo a possibilidade de tornar a vacinação contra a covid-19 obrigatória, considerando o aumento de novos casos e baixa taxa de imunização.

Vários membros do partido conservador da chanceler Angela Merkel disseram ontem que os governos federal e estaduais deveriam introduzir a vacinação obrigatória em breve, já que outros esforços para elevar a taxa de vacinados para além de 68% da população falharam.

"Chegamos num ponto em que devemos dizer claramente que precisamos de uma vacinação obrigatória e um lockdown para os não vacinados", escreveu Tilman Kuban, líder da ala jovem do partido de Merkel no jornal Die Welt.

O porta-voz do governo de Angela Merkel declarou que "entende" o início do debate, mas que "uma decisão não foi tomada e não será tomada por este governo".

*Com informações da AFP e da Reuters