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Biden convida Brasil para Cúpula pela Democracia; China fica de fora

Catar e Emirados Árabes, países em que Bolsonaro recentemente esteve, não foram convidados por Biden - Divulgação e AFP
Catar e Emirados Árabes, países em que Bolsonaro recentemente esteve, não foram convidados por Biden Imagem: Divulgação e AFP

Do UOL, em São Paulo *

24/11/2021 16h41Atualizada em 24/11/2021 16h49

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, convidou o Brasil e mais 109 países para uma cúpula virtual sobre democracia prevista para o mês de dezembro.

A ser realizada entre 9 e 10 de dezembro, a Cúpula pela Democracia será focada em três temas: a defesa contra o autoritarismo, o combate à corrupção e a promoção do respeito aos direitos humanos.

Em informe publicado no início da semana, o Instituto International Idea, com sede na Suécia, classificou o Brasil como o país que mais sofreu deterioração em "atributos democráticos" em 2020.

Falando sobre o Brasil, a entidade lembrou que, desde 2020, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem minimizado a pandemia de covid-19, atacado o STF (Supremo Tribunal Federal) e questionado, sem apresentar provas, a integridade das eleições brasileiras.

No estudo, os Estados Unidos também foram apontados como um país que passou por um "retrocesso democrático". Em 2020, o país era governado por Donald Trump, que questionou, sem apresentar provas, os resultados das eleições vencidas por Biden.

Taiwan convidado

Entre os mais de 100 países convidados por Biden, Taiwan está entre eles, o que deve piorar a relação dos Estados Unidos com a China, que não foi chamada para o evento.

A medida chega cerca de uma semana depois de uma reunião online entre Biden e o presidente chinês, Xi Jinping, durante a qual eles tentaram esfriar as crescentes tensões entre as duas maiores potências do planeta, mas discordaram sobre Taiwan.

Joe Biden já prometeu defender Taiwan de um eventual ataque de Pequim, enquanto Xi Jinping já deixou clara a intenção de reintegrar a ilha ao território chinês.

"Através dessa cúpula, Taiwan poderá compartilhar sua história de sucesso democrático", afirmou um porta-voz da presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen.

Por outro lado, da China expressou "firme oposição ao convite americano às autoridades de Taiwan", em declaração do porta-voz do ministro das Relações Exteriores do país, Zhao Lijian.

O porta-voz ainda disse que a ilha é "uma parte inalienável do território chinês" — a China considera Taiwan uma das províncias do país, embora não exerça controle sobre a região de 23 milhões de habitantes.

Ausências

Biden também não convidou a Rússia, de Vladimir Putin, cujo governo disse que a reunião sobre democracia é uma "tentativa de traçar novas linhas de divisão" com base em opiniões próprias dos EUA.

A cúpula também não terá a participação de alguns países integrantes da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), como Hungria e Turquia, governados, respectivamente, por Viktor Orban e Recep Tayyip Erdogan.

Do Oriente Médio, apenas Israel e Iraque foram convidados para o encontro, e países como a Arábia Saudita, aliada dos EUA, e os Emirados Árabes Unidos e o Catar, onde Bolsonaro recentemente esteve, foram excluídos.

A maioria dos países latino-americanos está entre os convidados, com exceção de Cuba (presidida por Miguel Díaz-Canel), Nicarágua (governada por Daniel Ortega), Venezuela (sob comando de Nicolas Maduro) e Bolívia (presidida por Luis Arce).

Por volta de dezembro do ano que vem, um ano depois da cúpula virtual, Biden pretende organizar um novo encontro sobre democracia — desta vez, porém, ele deverá ser presencial, para que os líderes possam mostrar progressos feitos no tocante ao tema.

* Com informações da AFP e da Ansa, em Washington (EUA)