'Queremos evitar guerra direta com a Rússia', diz Casa Branca

Apesar de ter imposto sanções à Rússia pela invasão na Ucrânia, os Estados Unidos querem evitar ao máximo uma guerra direta com o país. Em coletiva hoje, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que o governo de Joe Biden deseja isolar a Rússia, liderada pelo presidente Vladimir Putin, desde que isso não vire um confronto militar entre as duas nações.

"Proibir voos vindos da Rússia quer dizer que aviões americanos derrubariam aviões russos. Isso é guerra direta e queremos evitar", respondeu a um repórter que especulava sobre novas restrições de Biden à Rússia.

Relacionadas

Putin diz que operação russa na Ucrânia está sendo 'como planejada'

Após Ucrânia, Moldávia e Geórgia oficializam pedido de ingresso na UE

Prefeito de cidade na região de Luhansk está morto, diz assessor ucraniano

Segundo Psaki, o objetivo norte-americano é "maximizar os impactos contra Putin" e minimizar as consequências para os residentes dos Estados Unidos. "Não temos interesse em diminuir o fornecimento de energia, porque assim o preço subiria ao redor do mundo e aumentaria o dinheiro no bolso de Putin", afirmou.

Questionada mais uma vez se Biden estaria aberto a eventualmente se encontrar pessoalmente com o presidente russo para desescalar o conflito na Ucrânia, Psaki preferiu não dar certezas para o futuro: "Não é o momento para isso, mas talvez. Temos discussões internas e não planejamos isso agora".

Ontem, a Casa Branca recuou em relação à proibição de exportações do petróleo da Rússia. A jornalistas, a vice-secretária de imprensa Karine Jean-Pierre disse que não há interesse estratégico dos Estados Unidos.

"Nós e nossos aliados e parceiros temos um forte interesse coletivo em degradar o status da Rússia como um fornecedor líder de energia ao longo do tempo. É por isso que temos falado sobre diversificação. É por isso que fechamos o Nord Stream 2. É por isso que estamos ajudando a acelerar a diversificação do gás russo. E é por isso que nega insumos tecnológicos críticos que a Rússia precisa para manter sua capacidade de produção de petróleo e gás", falou.

Putin: operação ocorre conforme planejado

Vladimir Putin disse hoje que a operação militar do país na Ucrânia está ocorrendo conforme planejado. "Os objetivos que estabelecemos estão sendo alcançados com sucesso e em tempo hábil", afirmou em pronunciamento à nação russa.

Em sua fala, o presidente russo anunciou os pagamentos que as famílias dos soldados em operação na Ucrânia receberão. Falando à nação, Putin faz um minuto de silêncio para os militares mortos no país vizinho.

As declarações em TV aberta ocorreram horas depois de o Kremlin ter divulgado, na manhã de hoje, que o presidente russo disse ao líder francês, Emmanuel Macron, que a Rússia alcançará os objetivos de sua intervenção militar na Ucrânia, "aconteça o que acontecer".

Putin destacou as abordagens e condições fundamentais no contexto das negociações com representantes de Kiev durante a reunião com Macron, disse o Kremlin: "Foi confirmado que, em primeiro lugar, estamos falando da desmilitarização e do status neutro da Ucrânia, de modo que uma ameaça à Federação Russa nunca emanará de seu território."

"Enfatizou-se que as tarefas da operação militar especial serão cumpridas em qualquer caso, e as tentativas de ganhar tempo arrastando as negociações só levarão a exigências adicionais a Kiev em nossa posição de negociação".

Segundo porta-voz do governo francês, Macron teria dito a Putin que o russo "está se enganando" e que suas ações levarão a Rússia a um "isolamento" em relação ao resto do mundo.