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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Nós morremos por vocês também, diz Zelensky sobre europeus

Do UOL, em São Paulo

09/03/2022 15h49Atualizada em 09/03/2022 17h51

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse, nesta quarta-feira (9), que os ucranianos também estão lutando pelos demais países europeus na guerra com a Rússia. A fala de Zelensky aconteceu quando ele comentava, em entrevista ao jornal alemão Bild, sobre a possível inclusão do país na (UE) União Europeia.

"O que está acontecendo conosco agora também pode acontecer com vocês. E isso é muito importante para mim: nós morremos por vocês também", afirmou Zelensky, ao falar sobre países que não apoiam a Ucrânia na UE.

Zelensky assinou no último 28 de fevereiro, quatro dias depois do início da guerra com os russos, o pedido para que a Ucrânia passe a integrar o bloco europeu. Na ocasião, ele pediu para que o grupo admitisse "urgentemente" a entrada do país.

Em votação realizada no dia seguinte (1º), o Parlamento Europeu recomendou que a Ucrânia ganhasse o status de membro da União Europeia. A decisão foi tomada por 637 votos favoráveis, 13 votos contrários e 26 abstenções.

"Os governos que não apoiam nossa adesão à UE apontam para reformas que ainda precisam acontecer. Eles não nos veem como iguais. Ainda tenho muitas perguntas sem resposta", disse Zelensky.

Fim da guerra?

Zelensky também afirmou estar disposto a fazer concessões para por fim à guerra, embora não tenha especificado quais. Dentre as exigências impostas pela Rússia para cessar os ataques aos vizinhos está o reconhecimento das repúblicas separatistas de Donetsk e Luhansk, no Leste ucraniano, como territórios independentes.

"A questão aqui não é o que eu posso dar. Em todas as negociações, meu objetivo é acabar com a guerra com a Rússia. E também estou pronto para dar alguns passos", disse Zelensky.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

O presidente ucraniano afirmou que os compromissos que adotar para por fim à guerra com os russos não devem ser "uma traição" à Ucrânia.

"E o outro lado também deve estar disposto a fazer concessões - é por isso que elas são chamadas de concessões. Esta é a única forma de sairmos desta situação. Ainda não podemos falar sobre os detalhes. Ainda não tivemos contato direto entre os presidentes. Somente após as conversas diretas entre os dois presidentes podemos acabar com essa guerra", afirmou.

Acompanhe as últimas notícias e análises sobre a guerra na Ucrânia no UOL News:

Mariupol

Sobre o ataque russo a um hospital infantil e maternidade na cidade de Mariupol, ao sul da Ucrânia, mais cedo, Zelensky classificou a investiga militar das tropas comandas por Vladimir Putin como algo causado por "animais".

"Se um foguete atingir um hospital infantil na Alemanha, o que acontecerá? Imagine-nos na sua situação - discutiríamos e negociaríamos. Como pode ser uma coisa dessas? Estes são animais que causam algo assim. O que está acontecendo na cabeça deles?", disse o ucraniano.

O sul da Ucrânia é crucial para a estratégia russa na guerra. Nos dias que antecederam a invasão, a Rússia posicionou ao longo da costa ucraniana navios carregados com tanques de guerra, veículos blindados e soldados, prontos para desembarcar no mar Negro e no mar de Azov.

A meta era cercar as cidades da região para impedir o acesso da Ucrânia ao mar e criar uma conexão direta com a península da Crimeia —dominada pelos russos desde 2014— e a região de Donbass, à leste, aliada da Rússia e com duas regiões que já declararam independência: Lugansk e Donetsk.