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Rússia: Biden quer 'desviar atenção' de programa químico dos EUA na Ucrânia

Colaboração para o UOL, em São Paulo*

25/03/2022 07h54Atualizada em 25/03/2022 08h27

A Rússia acusou hoje o presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, de querer "desviar a atenção" do programa norte-americano de armas químicas e biológicas na Ucrânia, com suas declarações sobre o possível uso de armas químicas, por parte dos russos, na Ucrânia.

"Está claro que os americanos tentam desviar a atenção, falando de uma suposta ameaça russa, dentro do escândalo provocado (...) pelos programas de desenvolvimento de armas químicas e biológicas dos Estados Unidos em vários países, incluindo a Ucrânia", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa.

Não havia uma posição oficial sobre se a Rússia reconstruiria cidades ucranianas como Mariupol, acrescentou Peskov.

O Kremlin também disse que as sanções ocidentais contra Herman Gref, chefe do maior credor do banco russo Sberbank, não representam uma ameaça ao setor bancário do país ou à instituição financeira.

O Tesouro dos EUA impôs sanções a Gref ontem, dizendo que ele era um colaborador próximo de Putin, enquanto Washington e seus aliados tentavam aumentar a pressão sobre Moscou para tentar forçá-la a se retirar da Ucrânia.

Também ontem, Biden prometeu que a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) reagiria caso o presidente russo Vladimir Putin decida usar armas químicas na Ucrânia. "A natureza da resposta dependerá da natureza do uso", advertiu.

O presidente americano disse na segunda-feira (21) que era "claro" que a Rússia estava considerando o uso de armas químicas e biológicas na Ucrânia e alertou para uma resposta "severa" do Ocidente caso o país decida seguir adiante.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

O ministério da Defesa russo acusa quase diariamente o governo dos Estados Unidos de ter financiado um programa de armas biológicas na Ucrânia e afirma ter encontrado evidências em laboratórios ucranianos.

Entre outros programas, Moscou acusa Washington de querer usar aves migratórias para propagar patógenos.

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, afirmou que o governo dos Estados Unidos realiza as atividades "em sigilo" criando laboratórios "ao longo do perímetro da Rússia e da China".

Estados Unidos e Ucrânia negaram a existência de laboratórios para produzir armas biológicas no país.

Rússia diz que tem direito de apertar 'botão nuclear'

O vice-embaixador russo na ONU (Organização das Nações Unidas), Dmitry Polyanskiy, disse ontem que seu país tem o direito de usar armas nucleares se for "provocado" pela Otan.

Em entrevista à emissora britânica Sky News, Polyanskiy, um dos principais diplomatas da Rússia nos Estados Unidos, foi questionado sobre declaração do porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, que afirmou que seu chefe poderia apertar o botão nuclear, caso o país sinta que está enfrentando uma ameaça "existencial".

Perguntado se Putin estava certo em manter a perspectiva de uma guerra nuclear no resto do mundo, Polyanskiy respondeu: Se a Rússia for provocada pela Otan, se a Rússia for atacada pela OTAN, por que não?

Somos uma potência nuclear. Não acho que seja a coisa certa a dizer. Mas não é a coisa certa ameaçar a Rússia e tentar interferir. Então, quando você está lidando com uma potência nuclear, é claro, você tem que calcular todos os possíveis resultados do seu comportamento Dmitry Polyanskiy

O vice-embaixador rejeitou a declaração formal do governo dos EUA de que membros das forças armadas russas são culpados de crimes de guerra na Ucrânia.

"Não acho que estejamos cometendo crimes de guerra na Ucrânia. Claro, não cabe a mim avaliar. Eu não estou lá. Você não está lá. Você está olhando para os vídeos, você está olhando para muitos vídeos que são considerados notícias falsas. Você acredita em uma coisa, eu acredito em outra."

*Com informações da AFP