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G7 se compromete a parar de importar petróleo russo; medida será gradual

Do UOL, em São Paulo

08/05/2022 13h28Atualizada em 08/05/2022 18h03

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e outros líderes do G7 anunciaram hoje um compromisso para proibir ou eliminar gradualmente as importações do petróleo da Rússia. A Europa é amplamente dependente do gás e petróleo russos. Também foram anunciadas sanções contra três canais de televisão da Rússia, informou a Casa Branca.

É a terceira reunião virtual do G7 (França, Alemanha, Canadá, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos) com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para discutir a guerra com a Rússia.

Isso será um duro golpe para a principal artéria da economia do [presidente russo Vladimir] Putin e lhe negará a renda necessária para financiar sua guerra.
Trecho do comunicado da Casa Branca

Há duas semanas, o alto representante da UE (União Europeia) para Relações Exteriores e Política de Segurança, Josep Borrell, afirmou que a dependência da Europa "foi longe demais" e que a Rússia usa a situação como "um ato de agressão".

Segundo dados da UE referentes a 2020 divulgados pela Reuters, a Rússia era responsável por fornecer um pouco mais de um quarto do petróleo importado pelos países do bloco. Entre os países europeus do G7, a Alemanha tinha o maior índice de dependência do petróleo russo e derivados — cerca de um terço do volume importado pelo país, de acordo com números da Agência Internacional de Energia para novembro de 2021.

A escolha da data da reunião do G7 é altamente simbólica, pois os europeus comemoram o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa em 8 de maio.

A reunião também foi realizada na véspera do desfile militar na Rússia, em 9 de maio, marcando a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista. Autoridades do Ocidente acreditam que Vladimir Putin vai usar a data para declarar oficialmente guerra à Ucrânia.

Segundo a Casa Branca, as emissoras de TV afetadas são direta ou indiretamente controladas pelo Estado —a decisão atinge a Joint Stock Company Channel One Russia, a Television Station Russia-1 e a Joint Stock Company NTV Broadcasting Company.

EUA sancionam TVs, proíbem exportações e anunciam restrições de visto

Os Estados Unidos também anunciaram sanções que afetam a mídia e o acesso de empresas e grandes fortunas russas a serviços de consultoria e contabilidade, tanto americanos quanto britânicos, que são os grandes especialistas mundiais.

Ao incluir em sua lista a Channel One Russia, a emissora de televisão Russia-1 e a NTV Broadcasting Company, Washington proíbe qualquer empresa dos EUA de financiá-los por meio de publicidade ou vender equipamentos.

"Nenhuma empresa americana deve se envolver no financiamento da propaganda russa", disse um alto funcionário da Casa Branca, que pediu anonimato.

Também proibiu os serviços de "auditoria, gestão, consultoria, serviços de marketing, todos os serviços usados para operar empresas multinacionais, mas também potencialmente para evitar sanções ou esconder riquezas adquiridas de forma perversa", informou a mesma fonte.

Ressaltou ainda que, enquanto os europeus têm laços industriais mais estreitos com a Rússia, os Estados Unidos e o Reino Unido dominam o universo dos serviços, nomeadamente através dos "Big Four", os quatro gigantes mundiais da auditoria e consultoria: Deloitte, EY, KPMG e PwC.

Washington também anunciou novas proibições à exportação de produtos dos EUA para a Rússia, de todos os bens de capital, desde escavadeiras até sistemas de ventilação e caldeiras.

Finalmente, anunciou a imposição de restrições de visto a 2.600 personalidades russas e bielorrussas, bem como sanções contra funcionários dos bancos Sberbank e Gazprombank.

Novo pacote de sanções da UE sobre petróleo esbarra em resistência da Hungria

A União Europeia continua encontrando resistência para aprovar o sexto pacote de sanções contra a Rússia por discordâncias sobre um embargo gradual ao petróleo russo.

Entre as questões que continuam a ser debatidas estão detalhes técnicos, a reconversão de infraestruturas e como garantir a segurança do abastecimento.

Ainda segundo relatos, a Hungria se opõe à proposta de proibir as importações de petróleo russo. O primeiro-ministro Viktor Orban diz que o embargo atingiria sua economia como uma bomba atômica.

Inicialmente, a Comissão Europeia propôs a Hungria e Eslováquia, fortemente dependentes de petróleo russo, um ano a mais do que os outros países do bloco para encerrar a compra. Logo depois, o documento previa que as duas nações teriam até o fim de 2024 para cortar as importações, enquanto a República Tcheca teria até meados do mesmo ano.

*Com informações de AFP, Ansa e Reuters