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Raridade: fóssil intacto de dino grávida é achado em geleira na Patagônia

Paleontólogos recuperam o primeiro fóssil de um ictiossauro de 4 metros na Patagônia chilena. - Centro de Pesquisa GAIA da Universidade de Magallanes/Reuters
Paleontólogos recuperam o primeiro fóssil de um ictiossauro de 4 metros na Patagônia chilena. Imagem: Centro de Pesquisa GAIA da Universidade de Magallanes/Reuters

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/05/2022 10h36Atualizada em 13/05/2022 12h54

Paleontólogos descobriram um dos fósseis de ictiossauro mais completos já vistos, dentro da geleira Tyndall, na região da Patagônia chilena. Um dos fatores que surpreendeu os pesquisadores é que o fóssil do dinossauro tinha embriões intactos. O bicho é um dos maiores que já passou pelo planeta, com tamanhos que podiam superar os de baleias-azuis.

Estima-se que os ictiossauros vagaram pelos mares entre 90 e 250 milhões de anos atrás. Para Judith Pardo, cientista da Universidade de Magallanes, em Punta Arenas, a novidade representa uma grande conquista, já que se trata do único ictiossauro "grávido" que foi encontrado no planeta. O fóssil deve ter vivido entre 129 e 139 milhões de anos atrás.

"Isso ajudará os cientistas a estudarem o desenvolvimento embrionário em ictiossauros e, portanto, é incrivelmente importante", disse Judith, em entrevista à agência de notícias Reuters.

Os pesquisadores apelidaram o antigo réptil marinho de 4 metros de comprimento de Fiona. Para eles, a descoberta do dinossauro e, especialmente, de sua condição reprodutiva pode trazer muitas pistas em relação à maneira como os embriões dos ictiossauros se desenvolviam.

Ictiossauro Fiona, de 4 metros de comprimento e encontrada na geleira Tyndall, no Chile. - Centro de Pesquisa GAIA da Universidade de Magallanes/Reuters - Centro de Pesquisa GAIA da Universidade de Magallanes/Reuters
Ictiossauro Fiona, de 4 metros de comprimento e encontrada na geleira Tyndall, no Chile.
Imagem: Centro de Pesquisa GAIA da Universidade de Magallanes/Reuters

Os corpos dos ictiossauros eram semelhantes ao de golfinhos e tinham um focinho alongado, duas barbatanas dianteiras, duas barbatanas traseiras, uma barbatana dorsal, que os ajudavam a nadar no fundo do mar, e uma barbatana caudal, que usavam para se impulsionarem sobre a água.

No caso de Fiona, seu fóssil foi identificado no território chileno há mais de dez anos. Segundo Judith Pardo, os paleontólogos levaram 31 dias, entre março e abril, para superar o complexo desafio logístico e concluir com sucesso a extração de cinco blocos de 200 kg para manter os ossos intactos. A retirada dos vestígios contou também com o apoio de um helicóptero, devido à localização isolada e o terreno acidentado.

ictiossauro - Nobumichi Tamura/Handout - Nobumichi Tamura/Handout
Ictiossauros estão entre as maiores criaturas que passaram pelos mares
Imagem: Nobumichi Tamura/Handout

Judith também ressaltou que a descoberta marca a relevância do Chile no campo da paleontologia. Durante a campanha, os cientistas também descobriram 23 espécimes de ictiossauros, elevando o total para aproximadamente 100 detectados na geleira Tyndall, considerada um dos sítios de ictiossauros mais abundantes e bem preservados do planeta.

Todas os espécimes recuperadas do local, principalmente o fóssil Fiona, serão exibidas no Museu de História Natural de Rio Seco.