Governador na Venezuela... e futebolista de primeira
Ewald Scharfenberg
Em Caracas (Venezuela)
Aragua contrata como atacante El Aissami, ex-ministro do Interior
Na última quinta-feira (5), os diretores do Aragua FC, uma das franquias da Liga de Futebol Profissional da Venezuela, oficializaram por meio de sua conta no Twitter o que até então parecia só uma brincadeira: contrataram como atacante o governador do Estado de Aragua (centro do país), Tareck El Aissami.
El Aissami, advogado de 40 anos, já foi deputado na Assembleia Nacional pelo Estado de Mérida (Andes da Venezuela), do qual é originário, e participou de dois gabinetes executivos dos presidentes Hugo Chávez e Nicolás Maduro, de 2008 a 2012, como ministro do Interior. É considerado um dos "presidenciáveis" do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), no governo.
De família sírio-libanesa, El Aissami é um grande aficionado do futebol, esporte que praticou na juventude. O governador foi contratado para o restante do torneio de encerramento do campeonato venezuelano, com 12 partidas pendentes.
Para o diretor técnico do time, Manuel Plasencia, a contratação não é só um gesto simbólico de publicidade, como tem um valor desportivo. Ele afirmou que deverá ganhar o posto na formação titular entre seus companheiros.
Os principais patrocinadores da equipe são empresas do Estado, incluindo o próprio governo do Estado de Aragua. Atualmente, o time ocupa a sétima posição na primeira divisão venezuelana.
A transação do governador despertou severas críticas entre diversos jogadores profissionais. Por exemplo, o atacante Fernando Aristeguieta, que joga no Nantes da liga francesa e foi várias vezes internacional, enviou "força" a seus colegas do Aragua FC por meio de sua conta do Twitter, "por essa humilhação que os fizeram passar".
Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Receba notícias do UOL. É grátis!
Veja também
- Maduro é oficializado como candidato a 3º mandato presidencial na Venezuela
- Opositora de Maduro cobra postura firme de Lula: 'Sabe bem o que vivemos'
- Governo Lula só pode dialogar, diz Mauro Vieira sobre eleição na Venezuela
- 'Mais fortes que nunca': mesmo vetada, rival de Maduro mantém campanha na Venezuela