Exército de Israel usa redes sociais para divulgar ações e provocar

  • Reprodução/Twitter/@Tsahal-IDF

    Postagem do Exército de Israel no Twitter mostra o Palácio de Westminster sendo atacado por foguetes, com a pergunta, em francês: "O que você faria?"

    Postagem do Exército de Israel no Twitter mostra o Palácio de Westminster sendo atacado por foguetes, com a pergunta, em francês: "O que você faria?"

Como toda vez em que há agitação no Oriente Médio, a propaganda tem sido forte. E agora as redes sociais constituem a ágora na qual ela se expressa sem limites.

Desde o início do conflito, o Exército israelense tem mostrado que domina à perfeição essas novas ferramentas de comunicação, pelas quais ele presta contas de suas ações e as justifica.

Assim, enquanto houve muitas manifestações pró-Palestina nos últimos dias na Europa, sobretudo no Reino Unido, o Tsahal --nome das Forças de Defesa Israelenses-- postou no Twitter uma fotomontagem mostrando o palácio de Westminster (na Inglaterra) sendo atingido por foguetes.

O palácio de Westminster, atualmente chamado de "casa do Parlamento", é o lugar onde se reúnem a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes. A fotomontagem é acompanhada da seguinte mensagem, traduzida para diversas línguas: "Várias interceptações de foguetes acima de Tel Aviv. E se sua cidade fosse ameaçada por foguetes?"

Foi provavelmente uma resposta à grande mobilização de apoio à Palestina no Reino Unido. Segundo os organizadores da manifestação, "dezenas de milhares" de pessoas protestaram no sábado (20) em Londres, pedindo pelo fim dos bombardeios e do bloqueio sobre Gaza.

Os manifestantes brandiam uma série de cartazes, nos quais se podia se ler, por exemplo: "Parem com os ataques israelenses sobre Gaza", "Libertem a Palestina", "Parem com o massacre em Gaza". Várias bandeiras palestinas, com as cores vermelho, branco, verde e preto, podiam ser vistas entre a multidão. Os manifestantes gritavam: "Libertem, libertem a Palestina", "David Cameron, que vergonha", "Gaza, Gaza, não chore, não deixaremos você morrer".

Já o primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse ter conversado com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre a situação em Gaza. Segundo uma porta-voz de Downing Street, "os dois chefes de Estado reiteraram seu apoio ao direito de Israel de tomar medidas proporcionais para se defender dos tiros de foguetes provenientes de Gaza".

Para o Exército israelense, esses novos modos de comunicação são um meio de contornar a mídia tradicional. Ele também tem uma conta no YouTube, bastante acessada, onde vários vídeos dessas intervenções são postados.

Mas o outro lado não fica para trás, uma vez que o Hamas também tem uma conta no Twitter e um canal no YouTube. No entanto, o Twitter decidiu fechar a conta do braço armado do Hamas, as brigadas Ezzedine al-Qassam, há alguns dias.

Entenda a ofensiva de Israel em Gaza
  • Como o novo conflito começou?
    A tensão aumentou drasticamente após o sequestro de 3 jovens israelenses na Cisjordânia, em junho. Israel então fez missão de busca que prendeu 420 palestinos e matou 6 inocentes. Após 18 dias, os corpos dos jovens foram achados. Vários grupos jihadistas assumiram o crime. Mas Israel culpa o Hamas, que não se posicionou. Depois, um palestinos de 16 anos foi morto em Jerusalém por judeus radicais
  • Em qual contexto político o crime aconteceu?
    As relações entre os governos israelense e palestino já estavam tensas desde que, em abril, Hamas e Fatah anunciaram governo de unidade nas regiões autônomas palestinas. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que o novo governo reconhece os acordos de paz assinados, mas Israel acha que Abbas não pode fechar acordo com Israel e, ao mesmo tempo, com o Hamas, que quer a destruição de Israel
  • Por que a área do conflito é polêmica?
    Os jovens israelenses eram de assentamentos em território palestino da Cisjordânia considerados ilegais pela ONU por violar o artigo 49 da Quarta Convenção de Genebra, de 1949, que proíbe a transferência violenta de população civil para outro Estado. Israel discorda dessa interpretação e alegando que a área nunca teria sido parte de um Estado soberano e que o acordo não se aplica ali
  • Por que a ONU fala em "emergência humanitária"?
    A ofensiva de Israel está cada vez mais sangrenta. Em poucas semanas, mais de mil palestinos foram mortos nos ataques em Gaza, inclusive dezenas de idosos e crianças. Cerca de 53 mil soldados israelenses agem em uma pequena faixa de terra de 362 km2, ondem vivem meio à extrema pobreza 1,8 milhão de palestinos. A ONU diz que mais de 3/4 das vítimas são civis e já são mais de 80 mil desabrigados

Tradutor: UOL

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