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Pets de candidatos e presidentes também entram no jogo político nos EUA

Jennifer A. Kingson

09/10/2016 06h00

Não, Donald Trump não tem um labrador retriever amarelo chamado Spinee que está se recuperando de uma cirurgia. Nem Hillary Clinton. Esses rumores, curiosamente, são propagados por um site de embustes na internet que parece se deliciar em aprontar com as celebridades.

Mas Hillary tem dois cachorros, Tally e Maisie, que, se ela for eleita presidente, seriam os mais novos em uma ilustre e colorida lista de primeiros-pets.

Trump, se eleito, seria o primeiro presidente desde Harry Truman sem uma mascote. (A família Truman ganhou alguns cães que não assumiram residência permanente na Casa Branca.)

É uma das muitas coisas que diferenciam os candidatos dos dois principais partidos, embora não esteja claro o quanto isso importa para o público. Mas ser dono de um cachorro bonito ou de um gato engraçado pode ser uma vantagem política: quando o governador Scott Walker, de Wisconsin, disputou a nomeação republicana, sua alergia a pelos de animais foi considerada um potencial ponto negativo.

Livros inteiros foram escritos sobre mascotes presidenciais, e os presidentes muitas vezes ganham animais quando chegam ao cargo (embora com frequência estes sejam reencaminhados). Por isso, se Trump chegar ao cargo, supostamente receberá alguns animais como recompensa. (Sinta-se à vontade para especular sobre o tipo e a raça.)

Enquanto os cães têm sido a opção preferida de líderes do mundo livre, houve muitos animais exóticos na Casa Branca: John Quincy Adams mantinha um jacaré em uma banheira perto da ainda inacabada Ala Leste; William Howard Taft levou para Washington sua vaca, Mooly Wooly; e Theodore Roosevelt e sua grande família possuíram, em momentos diferentes, uma porca chamada Maude, uma cobra chamada Emily Spinach e um furão chamado Josiah.

Dave Baker, coproprietário do Museu de Mascotes Presidenciais, adora a história do papagaio de Andrew Jackson, Poll.

"Ele foi ensinado a xingar como um marinheiro, e causou tal confusão no enterro de Jackson que foi rapidamente levado embora", disse Baker, de Queens, um revisor de textos de 41 anos que também tem um site chamado Petful. A história de Poll, segundo ele, "continua viralizando no Reddit".

O Museu de Mascotes Presidenciais existe como um site na web cheio de informação e fotos, mais uma coleção variada de memorabília atualmente em estoque.

As peças foram carinhosamente colecionadas e selecionadas por Claire D. McLean, uma criadora de cães aposentada que cuidou de Lucky, o cão bouvier de flandres do presidente Ronald Reagan. McLean guardou parte dos pelos cortados de Lucky em um saco e sua mãe fez um retrato do cachorro, inspirando sua filha a começar o museu.

McLean, que não pode mais operar o museu, e Baker, que tem outras coisas para cuidar, estão tentando vender o site e seus artefatos em um leilão online, até agora sem sucesso.

Então, como os atuais candidatos se encaixam nesta história de personagens geralmente quadrúpedes?

gato clinton NYT - William J. Clinton Library, via The National Archives via The New York Times - William J. Clinton Library, via The National Archives via The New York Times
O gato Socks, da família Clinton, senta em cadeira na Casa Branca
Imagem: William J. Clinton Library, via The National Archives via The New York Times

Hillary Clinton é uma conhecida apreciadora de cães que já se declarou contra a criação em série nos canis. Sua cachorra Maisie é uma vira-lata de pelos crespos e Tally é um mestiço de poodle toy.

Quando Bill Clinton estava na Casa Branca, o casal adquiriu um labrador retriever marrom-chocolate chamado Buddy, que foi um conforto para o presidente durante os dias difíceis de seu impeachment por causa do escândalo Monica Lewinsky. Depois Buddy morreu atingido por um carro em Chappaqua, Estado de Nova York, onde o casal mora. Em 2002 os Clinton adotaram um sobrinho-neto de Buddy, Seamus, que morreu recentemente, ao que parece de velhice.

Socks, o gato dos Clinton na Casa Branca, era um favorito da primeira-filha Chelsea, mas não de seus pais, os quais são alérgicos a gatos, nem de Buddy. A animosidade era tão grande que quando a família debandou para Chappaqua, após o segundo mandato de Bill Clinton, Socks não viajou com eles; foi "exilado", como descreveu uma reportagem, para um subúrbio da Virgínia, com a secretária de Clinton, Betty Currie.

Chelsea Clinton hoje é uma apreciadora de cães. Seu yorkshire terrier miniatura, Soren, foi batizado em homenagem ao filósofo existencial dinamarquês Soren Kirkegaard.

No que se refere a animais, a família Trump é mais conhecida por caçá-los. Os dois filhos mais velhos de Trump foram criticados pelo safári que fizeram no Zimbábue em 2011, quando posaram para fotos ao lado de um grande búfalo aquático e outras criaturas que mataram por esporte.

Hillary Clinton usou esse episódio como arma política em agosto, dizendo a manifestantes defensores dos animais que Trump "matou muitos animais".

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