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Em uma semana, agentes de imigração prendem mais de 600 pessoas nos EUA

7.fev.2017 - Homem é detido por oficiais de imigração em operação em Los Angeles, na Califórnia (EUA) - Charles Reed/U.S. Immigration and Customs Enforcement via AP
7.fev.2017 - Homem é detido por oficiais de imigração em operação em Los Angeles, na Califórnia (EUA) Imagem: Charles Reed/U.S. Immigration and Customs Enforcement via AP

Em Nova York

13/02/2017 17h37

Agentes federais de imigração prenderam na última semana mais de 600 pessoas em pelo menos 11 Estados americanos na última semana, 40 delas apenas na cidade de Nova York, anunciaram autoridades neste domingo (12).

No Twitter, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou: "O combate aos criminosos ilegais é meramente o cumprimento da minha promessa de campanha. Membros de gangues, traficantes e outros estão sendo removidos!"

 

 

De acordo com Gillian Christensen, assessora de imprensa do Departamento de Segurança Interna, "o foco dessas operações de segurança é consistente com as prisões de rotina levadas adiante diariamente pela Equipe de Fugitivos da ICE [a agência de imigração e fronteira]". 

A contradição aumentou o sentimento de medo entre imigrantes e seus defensores. 

Em Nova York, a operação foi planejada na semana passada e fez parte de uma ação nacional articulada semanas antes, afirmou a ICE. 

"Todas essas pessoas violaram algum tipo de lei de imigração", afirmou um oficial de imigração sob condição de anonimato, acrescentando que algumas de suas acusações incluíam estupro e agressão. "Não vamos ao Wal-Mart para checar seus papéis. Nós sabemos exatamente quem estamos buscando."

Pelo menos na região de Nova York, que inclui Long Island, menos gente foi presa do que durante o esforço de deportação feito pelo governo Obama em agosto do ano passado, quando 58 pessoas foram detidas. 

O governo Obama foi bastante ativo na deportação de imigrantes ilegais, principalmente em 2012, quando 409.849 pessoas foram deportadas.

Em 2015, o ICE anunciou a detenção de mais de 2 mil pessoas em apenas uma semana, com foco naquelas envolvidas em atividades criminosas. 

Mas para Steven Choi, diretor-executivo da New York Immigration Coalition, a situação agora parece preocupante porque está apenas no começo. “Sabemos que em algum momento eles vão apertar o cerco", disse Choi.

Choi acrescentou que a ordem executiva de Trump sobre imigração aumenta o grupo de imigrantes a ter prioridade na deportação, incluindo aqueles sem ficha criminal. 

Questionado sobre se as operações recentes teriam incorporado as novas prioridades, um funcionário do Departamento de Segurança Interna disse que "o presidente foi bem claro que devemos focar em remover indivíduos que representem uma ameaça à segurança pública, que foram acusados de infrações penas, que cometeram violações imigratórias múltiplas ou que foram deportados e entraram novamente no país ilegalmente". 

As prisões ocorreram em Los Angeles (160), Geórgia, Carolina do Norte, Carolina do Sul (200); e Illinois, Kansas, Kentucky, Missouri e Wisconsin (200), além de 40 em Nova York.

Em nota, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, tentou manter a calma dos imigrantes que vivem na cidade. "Nova-iorquinos devem ficar assegurados de que os funcionários da prefeitura, inclusive da polícia, nunca vão perguntar qual é seu status imigratório, e que a polícia nunca vai se tornar agente de imigração."

Nova York é uma cidade-santuário, o que significa que geralmente não se submete a pedidos de autoridades imigratórias para deter imigrantes ilegais que tenham cometido pequenas infrações. Trump ameaçou reter fundos federais para tais cidades.