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PF prende suspeitos de fraudar sistema do Ibama para beneficiar fazendeiros

O prejuízo causado aos cofres públicos é estimado em R$ 150 milhões - Polícia Federal
O prejuízo causado aos cofres públicos é estimado em R$ 150 milhões Imagem: Polícia Federal

15/09/2020 19h57

A Polícia Federal prendeu hoje cinco pessoas apontadas como estelionatários que teriam usado dados de servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Ambientais (Ibama) para fazer alterações indevidas nos sistemas do órgão e beneficiar fazendeiros. O prejuízo causado aos cofres públicos é estimado em R$ 150 milhões.

De acordo com os investigadores, o grupo usava certificados digitais (tokens) de fiscais e gestores do Instituto, obtidos de maneira fraudulenta, para extinguir interdições a fazendas localizadas em áreas embargadas da Amazônia Legal nos estados do Pará e de Mato Grosso.

Na ação de hoje, batizada de Operação Tokens, além das prisões, os agentes cumpriram 48 mandados de busca e apreensão em Goiás, Tocantins, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e no Distrito Federal. Entre os alvos de busca, está uma propriedade do ex-deputado federal e presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás, Sandro Mabel (MDB).

"Foram constatados 122 desembargos irregulares em nome 54 pessoas físicas ou jurídicas, com potencial prejuízo para a União da ordem de R$150 milhões, em multas não recolhidas e descumprimento de embargos em áreas ambientais sensíveis da Amazônia legal", informou a PF.

O inquérito foi instaurado a partir da identificação, pelo Ibama, da fraudes contra diversos de seus superintendentes, agentes e fiscais, com o uso de tokens expedidos indevidamente por falsificadores. Para chegar aos estelionatários, houve colaboração de informações de inteligência entre o Ibama e PF que permitiu, segundo os investigadores, identificar os supostos nomes de beneficiários, servidores públicos e fraudadores envolvidos no esquema.

Com a palavra, Sandro Mabel

A reportagem entrou em contato com o empresário através da Federação das Indústrias do Estado de Goiás. O espaço está aberto para manifestações.