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Fortes chuvas que atingiram região Sul não chegam a SP, diz meteorologista

Luciana Pioto

Do UOL, em São Paulo

10/06/2014 18h57

O grande volume de chuvas que atingiu os Estados do Paraná e Santa Catarina no último fim de semana é resultado de uma frente fria que ficou estacionada sobre a região Sul e foi desviada para o oceano antes de chegar ao Estado de São Paulo, explica a meteorologista da Somar Thaize Baroni. De acordo com ela, não deve haver mudanças na situação dos rios e reservatórios de São Paulo e não há previsão de chuva forte para o Estado nos próximos dias.

Mesmo no Sul do país, não deve haver chuvas abrangentes até sexta-feira (13), data em que uma nova frente fria chegará ao Rio Grande do Sul trazendo novas tempestades com volume de água entre 50 e 70 milímetros. Segundo a meteorologista da Metsul Estael Sias, um volume muito menor do que o registrado no último final de semana, em que Curitiba teve 166, 8 milímetros de chuva, por exemplo, e Entre Rios (PR) 435,2 milímetros.

Esta nova frente fria que chega ao Sul no próximo fim de semana deve, mais uma vez, perder força quando chegar ao Paraná, isso porque um sistema de alta pressão atmosférica localizada sobre a região Centro-Oeste do Brasil bloqueia as massas de ar frio e a umidade vindas do Sul, fazendo com que o ar seco predomine nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, explica Thaize.

Este ano, a atuação El Ninõ faz com que as frentes frias permaneçam por mais tempo no Sul, causando maior volume de chuvas nesta região principalmente no inverno, alerta Estael. "Mas em algum momento a frente fira consegue sair do Sul, mas avança pra São Paulo com menor força", afirma a meteorologista.

Na tarde desta quarta-feira (11) há previsão de chuva fraca em São Paulo decorrente da circulação de ventos úmidos do oceano, e não do avanço de frentes frias, esclarece Thaize.

Chuvas que atingiram o Sul podem causar cheia na Argentina e no Paraguai

O grande volume de chuvas que causou cheia na bacia do Rio Iguaçu nos últimos dias e as conseqüências hidrológicas no Rio Paraná colocam a Argentina e o Paraguai em alerta, afirma o meteorologista da Metsul Luiz Fernando Nachtigall. O quadro preocupa no Paraguai e nas províncias argentinas de Misiones, Corrientes, Chaco, Entre Rios e Santa Fé. A cheia chegará até quase a área de Buenos Aires à medida que o grande volume de água avançar para o Sul, segundo Nachtigall.

O nível do Rio Paraná, na fronteira do Brasil com o Paraguai, atingiu à meia-noite desta terça-feira (10) o pico máximo da semana com 124,98 metros na Ponte da Amizade. É a terceira maior cheia de todos os tempos. A cota só perde para os níveis de 1983 e 1992, quando foram vistas as maiores enchentes locais. De acordo com o último Boletim Hidrológico de Itaipu, divulgado na manhã desta terça-feira, o nível do Rio Paraná subiu 16 metros em 25 horas desde que as primeiras casas foram afetadas, quando o nível do rio estava em 109 metros.