Estudo mostra evidências de impacto da mudança climática na Amazônia peruana
Um estudo realizado durante sete anos e publicado nesta semana em Lima mostra as evidências do impacto da mudança climática na biodiversidade da Amazônia peruana, informou nesta terça-feira (23) o Serviço Nacional de Áreas Naturais Protegidas (Sernanp).
Intitulado "Mudança climática e fauna silvestre na Amazônia peruana", o estudo revela o impacto que esse fenômeno tem na biodiversidade e nos povoados locais da Reserva Nacional Pacaya Samiria, na região da selva de Loreto.
"A publicação evidência que nos últimos cinco anos, a Amazônia peruana está tendo um impacto devido à mudança climática que provocou uma época de secas e intensas inundações afetando a biodiversidade e à população local", detalhou o presidente da Fundación Latinoamericana para el Trópico Amazónico (FundAmazonía), Richard E. Bodmer.
A pesquisa foi elaborada por especialistas do Sernanp e da FundAmazonía, que observaram as mudanças que o aquecimento global ocasiona na selva peruana, assim como as possíveis soluções naturais para este fenômeno.
Os especialistas estudaram mais de 2'080.000 hectares da Pacaya Samiria, já que segundo o estudo, "as florestas inundadas são particularmente importantes para entender o impacto da mudança climática na Amazônia, pois os habitats são mais sensíveis às variações sazonais".
"A mudança do nível de água é um indicador da oscilação climática, por isso as inundações e secas constituem impactos físicos que têm efeitos diretos na fauna silvestre", detalhou o estudo.
Nesse sentido, foi determinado que as variações sazonais da reserva se intensificaram progressivamente, se acentuando entre os anos de 2009 e 2012.
Em 2009, o Rio Amazonas registrou um nível muito alto, inundando grandes áreas de florestas. Já em 2010, registrou seu nível mais baixo, o que levou a considerar esta condição como seca extrema.
Em 2011, a cheia do rio excedeu os níveis apresentados em 2009; e em 2012 as inundações tiveram uma maior magnitude que em anos anteriores, superando os máximos registros das cheias.
Estas mudanças hidrológicas fizeram com que as povoações de fauna silvestre e as de peixes, golfinhos, peixes-boi e aves aquáticas, diminuíssem durante e depois das secas, afetando a cadeia alimentar.
A publicação foi apresentada como parte do Dia Mundial da Preservação das Florestas Tropicais, que será realizado na próxima quinta-feira (26), e a seis meses da Conferência da ONU para Mudanças Climáticas (COP 20), que reunirá em Lima representantes de 194 países de 1º a 12 de dezembro.
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