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Em 3 dias, Comlurb recolhe 14 toneladas de peixes mortos em Paquetá, no RJ

Savelhas (espécie de sardinha) mortas aparecem na orla da Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, no último sábado (1º) - Reprodução/Facebook
Savelhas (espécie de sardinha) mortas aparecem na orla da Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, no último sábado (1º) Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, no Rio

03/11/2014 20h52

A Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) recolheu sete toneladas de peixes mortos da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (3). A remoção ocorreu nos arredores da Ilha de Paquetá, onde outras sete toneladas haviam sido retiradas do mar e da areia, duas na sexta-feira (31) e cinco no sábado (1º), segundo o órgão municipal. O aparecimento das savelhas (espécie de sardinha) mortas em grande quantidade começou a ser notado na região há cerca de três semanas, mas ainda não há explicação oficial para o fenômeno.

No fim da última semana, o Inea (Instituto Estadual do Ambiente) informou não ter encontrado indícios de toxidade, poluição ou contaminação que pudessem causar a mortandade dos animais após a realização de três exames na água da Baía de Guanabara. Os resultados das análises divulgadas na última terça-feira (29) se referem a amostras de água coletadas no dia 23 de outubro. Foram feitos testes ainda para a quantidade de oxigênio presente na água, que indicou estar dentro do padrão normal para a Baía de Guanabara. Também não foram encontradas florações de algas tóxicas.

Entre os dias 25 e 28, a Comlurb removeu aproximadamente 15 toneladas de peixes mortos das orlas da Ilha do Governador (13 toneladas), na zona norte da capital fluminense; da Ilha de Paquetá (duas toneladas); e do Flamengo (100 quilos), na zona sul.

A assessoria de comunicação do Inea informou que, descartada a possibilidade de problema ambiental nas águas, outras possíveis causas devem ser investigadas, que não seriam de competência do instituto. Entre as hipóteses levantadas pela assessoria está o descarte de pesca, já que este tipo de sardinha não é comercializado, ou uma doença que afetaria apenas esta espécie.

A ONG (Organização Não Governamental) Justiça Global informou que tem recebido dezenas de relatos de pescadores informando que estão encontrando poucos peixes nas águas, além de não conseguirem vendê-los, por causa do medo dos consumidores com as mortes. O problema estaria afetando mais de mil famílias que dependem da pesca na região.

Segundo a organização, os pescadores suspeitam que as mortes sejam causadas por algum tipo de intoxicação. De acordo com a Justiça Global, os pescadores informaram que as savelhas mortas são encontradas próximas "a uma substância que parece um produto químico".