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Greenpeace acusa 20 'barcos monstro' europeus de praticar sobrepesca

Em Bruxelas

04/11/2014 18h38

O grupo ambientalista Greenpeace lançou uma campanha, nesta terça-feira (4), contra 20 "barcos monstro" europeus, que usam uma variedade de truques para praticar uma sobrepesca perigosa nos oceanos do mundo.

"Nossos mares e populações de peixes estão em uma crise profunda com tantos navios pesqueiros grandes e destrutivos", denunciou a ONG em relatório intitulado "Monster Boats; The Scourge of the Ocean" ("Barcos Monstro: a praga dos oceanos", em tradução livre).

Entre as embarcações, cinco são espanholas - duas delas pertencentes à gigante da pesca espanhola Albacora S.A.

Quatro outros navios pertencem à empresa holandesa Parlevliet en Van der Plas B.V.. Um deles tem bandeira do mesmo país, outros dois, da Alemanha, e o último, da Lituânia.

O Greenpeace também chamou atenção para embarcações com bandeiras de Portugal, Suíça, França, Dinamarca, Inglaterra e Polônia.

O relatório mostra "como uma série de barões da pesca industrial usam, de forma imprudente, uma ampla gama de artifícios" para burlar as regras e obter o máximo de lucro.

Segundo o documento, entre os truques utilizados pelas companhias, estão a "mudança frequente de bandeiras e o uso de empresas de fachada e de paraísos fiscais, bem como tirar proveito de ligaçõeos pessoais com tomadores de decisão".

Os 20 navios contribuem, principalmente, "para o esgotamento de estoque" em detrimento do "tecido social, econômico e cultural e do desenvolvimento sustentável das comunidades costeiras na Europa e outros lugares".

A ONG acusa os ministros europeus da Pesca e outros tomadores de decisão de outras partes do mundo de incapacidade para agir e deter a sobrepesca.

O relatório sugere que essas embarcações violam as novas regras da União Europeia, destacando que "os governadores deveriam promover pescas responsáveis e de baixo impacto".

O grupo de lobby de pesca Europeche denunciou a campanha como uma "típica histeria do Greenpeace", de acordo com declaração de seu presidente, Javier Garat.

"A suposição de que o pequeno é bonito e de que o grande denota algo negativo é errada", disse Garat.

"Um alto número de pequenos barcos de pesca também pode, hipoteticamente, desprezar as regras, realizar sobrepesca e causar enormes danos ao meio ambiente. Ao mesmo tempo, navios grandes podem ser perfeitamente sustentáveis", acrescentou.

Garat ainda afirmou que o tamanho não importa "quando se objetiva a saúde dos estoques pesqueiros e se aplicam técnicas apropriadas, como é o caso de todas as embarcações da União Europeia".



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