Dados dos EUA e Reino Unido mostram que 2014 pode ser ano mais quente
Este ano pode superar 2010 como o mais quente desde que as medições começaram a ser feitas no século 19, um sinal de que o aquecimento global de longo prazo está sendo alimentado pelas emissões crescentes de gases de efeito estufa, alertaram cientistas.
O período entre janeiro e outubro de 2014 já está entre os mais quentes já registrados, e um final de ano quente pode facilmente colocar 2014 no topo da lista, de acordo com dados dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Os céticos que duvidam da necessidade de substituir os combustíveis fósseis para impedir que o clima da Terra se aqueça enfatizam que as temperaturas médias do mundo não aumentaram muito desde 1998, apesar do aumento na liberação de gases de efeito estufa.
Mas o ranking final de 2014, que deve sair no ano que vem, pode influenciar as percepções do público e do empresariado sobre a gravidade da mudança climática. Quase 200 governos devem assinar um acordo da ONU (Organização das Nações Unidas) para combater o aquecimento global em Paris em dezembro do próximo ano.
"É muito provável que 2014 seja o ano mais quente", declarou Tim Osborn, professor da Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia, dizendo que as emissões de gases de efeito estufa geradas pelo homem tendem a aumentar as temperaturas.
Ele afirmou haver muitas incertezas sobre a posição de 2014 no ranking por causa das variações naturais nas temperaturas no final do ano. Além disso, uma grande erupção vulcânica poderia espalhar cinzas a ponto de enfraquecer a luz solar, resfriando o planeta.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência da ONU, irá publicar um ranking preliminar para 2014 no dia 3 de dezembro, durante as conversas anuais da ONU no Peru que irão preparar o acordo de Paris.
As promessas de ação da China, dos EUA e da União Europeia tornaram um acordo global mais factível, mas qualquer pacto provavelmente será tímido demais para deter a elevação das temperaturas, apesar dos alertas recentes da comunidade científica a respeito de tempestades poderosas, inundações, desertificação e do aumento no nível dos mares.
Das três fontes de dados da OMM, a Agência Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) coloca o período janeiro-outubro de 2014 como o mais quente já registrado, a Agência Espacial dos EUA (Nasa, na sigla em inglês) como o segundo mais quente e o Escritório Britânico de Meteorologia e a Universidade de East Anglia como o terceiro mais quente.
Apesar de uma diminuição no ritmo do aquecimento desde 1998, a OMM afirma que 13 dos 14 anos mais quentes de que se tem notícia ocorreram neste século.
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