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Frente fria deve acabar com 'estufa' em SP e levará chuva a reservatórios

Na segunda-feira (19), termômetro registrou 38ºC no largo da Concórdia, centro de São Paulo, por volta das 16h30 - Cleiton Jesus Silva/Via Whatsapp do UOL
Na segunda-feira (19), termômetro registrou 38ºC no largo da Concórdia, centro de São Paulo, por volta das 16h30 Imagem: Cleiton Jesus Silva/Via Whatsapp do UOL

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

21/01/2015 06h00

Depois de a sensação de calor chegar na casa dos 50ºC --como aconteceu na Capela do Socorro, na zona sul da capital paulista, na última segunda-feira (19)--, a percepção de tempo abafado no Estado de São Paulo deve diminuir a partir desta quarta-feira (21) com a chegada de uma frente fria, preveem os meteorologistas do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), órgão da prefeitura de São Paulo.

Nos últimos dias, os paulistas têm vivido em uma ilha de calor em razão de um bloqueio atmosférico, explica o técnico em meteorologia Adilson Nazário, do CGE. “Mas o bloqueio será rompido com a passagem de uma frente fria, que avança no final do dia nesta quarta”.

A frente fria irá justamente "empurrar" a massa de ar seco, que causou o bloqueio atmosférico, aponta a meteorologista Bianca Lobo, do Climatempo --empresa de serviço de meteorologia--, que prevê uma frente fria ainda mais forte para o final da próxima semana.

Como resultado do bloqueio, os termômetros na capital paulista chegaram a atingir, por exemplo, a marca de 38,4ºC nas regiões do Butantã (zona oeste) e da Vila Maria (zona norte) na segunda-feira, recorde do ano, segundo o CGE. No mesmo dia, porém, alguns termômetros de rua registraram 40ºC, como o da avenida Doutor Arnaldo, na zona oeste da capital. Na medição do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a temperatura mais alta no ano foi de 36,5°C na segunda-feira. Nos últimos 15 dias, as temperaturas ficaram acima dos 30°C na capital paulista.

A quarta-feira, que ainda começa com tempo abafado, tem mínima prevista de 21ºC com a máxima podendo chegar aos 31ºC. O que também melhora é a umidade do ar, que, no mínimo, será de 42% e não mais de 32%. Assim, a sensação de calor cai, aliviando a população. 

Mas é preciso ter cuidado já que a previsão aponta a possibilidade de chuvas de forte intensidade, descargas elétricas e rajadas de vento em um cenário com potencial de alagamento na capital paulista.

Reservatórios

A chegada da frente fria não será um alívio apenas para os moradores de São Paulo. Os reservatórios de água do Estado, que enfrentam a crise da água, também serão beneficiados, já que a chuva do final da tarde desta quarta-feira deve atingir a região dos sistemas. “Até agora, foram chuvas isoladas. Com a chegada da frente fria, vai ser uma chuva mais generalizada, em todo o Estado, melhor distribuída”, analisa Nazário.

Na terça-feira, com o forte calor, o nível de todos os sistemas registrou queda. No Cantareira, ele foi de 5,8% para 5,6%. O Alto Tietê saiu de 10,4% para 10,2%. O sistema Rio Claro teve a maior variação, caindo de 23,2% para 22,6%. 

O Alto Cotia também caiu e agora registra 28,5% em vez de 28,7%. O Guarapiranga oscilou de 38,9% para 38,5%. A melhor situação é do sistema Rio Grande, com 68,8% da capacidade. Mesmo assim, ele também apresentou queda, já que na segunda-feira seu nível estava em 69,1%.

Como a previsão é de que a chuva seja, no mínimo, moderada, espera-se que, ao menos, os índices parem de cair. “É possível que eles deem uma estancada”, comenta o meteorologista do CGE sobre as constantes quedas no nível dos reservatórios paulistas.