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'É preciso acelerar' para chegar a acordo climático em Paris, diz diplomata

 A ilha minúscula do delta do rio Ganges, na baía de Bengala, está desaparecendo aos poucos. A erosão é causada em parte pela atividade agrícola e também pelo aumento do nível do mar, devido ao aquecimento global. "Coloquei os moradores na praia e fiz retratos deles, justapondo com a beleza de uma ilha que está desaparecendo, para fazer com que parecesse (uma imagem) pouco realista", afirmou o fotógrafo - Daesung/LeeLensCulture Portrait Awards 2015
A ilha minúscula do delta do rio Ganges, na baía de Bengala, está desaparecendo aos poucos. A erosão é causada em parte pela atividade agrícola e também pelo aumento do nível do mar, devido ao aquecimento global. "Coloquei os moradores na praia e fiz retratos deles, justapondo com a beleza de uma ilha que está desaparecendo, para fazer com que parecesse (uma imagem) pouco realista", afirmou o fotógrafo Imagem: Daesung/LeeLensCulture Portrait Awards 2015

07/05/2015 19h30

Laurence Tubiana, negociadora francesa para um acordo global contra o aquecimento global, disse nesta quinta-feira que os países devem "acelerar" as discussões para que a conferência de Paris seja um sucesso.

"Precisamos acelerar senão não vamos chegar lá", afirmou a embaixadora em uma coletiva de imprensa em Paris, por ocasião de uma rodada de reuniões informais de três dias sobre o futuro acordo, com quase cinquenta países.

Apesar das discussões estarem progredindo lentamente, a negociadora francesa destacou a "confiança" dos países no processo e seu desejo de que a conferência de Paris seja um sucesso.

"Todo mundo quer um sucesso", garantiu, acrescentando que "a necessidade de acelerar" e o desejo de "não ter surpresas em Paris" também eram ideias partilhadas por unanimidade.

Mas "todos os países reconhecem que não estão no caminho de 2°C", limite de aquecimento em relação à era pré-industrial que a comunidade internacional não deve exceder, a fim de evitar impactos graves e irreversíveis para muitas, muitas pessoas.

De quarta a sexta-feira, os assuntos discutidos em Paris são: as ações antes de 2020, as trajetórias das emissões de efeito estufa a longo prazo e a avaliação das políticas climáticas dos estados.

"Ainda existem mal-entendidos que precisam ser dissipados" com os países que temem por sua "soberania" ou "desenvolvimento", explicou a diplomata.

Estas reuniões informais, realizadas entre as sessões oficiais de negociação antes da Conferência de Paris ( de 29 de novembro a 11 de dezembro), são "uma ferramenta importante", mesmo que "não trabalhemos sobre o texto (do projeto do futuro acordo)", explicou Tubiana.

A próxima sessão de negociações ocorrerá de 1 a 11 de junho, em Bonn (Alemanha) e os delegados terão a difícil tarefa de deixar mais enxuto um projeto de resolução que atualmente tem 80 páginas em inglês.

O clima também está na agenda da reunião do G7 prevista para acontecer na Alemanha, em 7 e 8 de junho.

O futuro acordo de Paris visa envolver mais de 190 países na luta contra o aquecimento global, que exige a diminuição do uso de combustíveis fósseis para fazer grandes progressos em eficiência energética e mudança de gestão da terra (reflorestamento, culturas, etc).