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ONU adverte que não há dinheiro suficiente para reunião do clima

Andrew Burton/Getty Images/AFP
Imagem: Andrew Burton/Getty Images/AFP

Em Bonn (Alemanha)

31/08/2015 10h33

A menos de 100 dias da grande conferência sobre o clima em Paris, a ONU advertiu nesta segunda-feira (31) que não há dinheiro suficiente para financiar esta reunião mundial, da qual se espera um ambicioso acordo contra o aquecimento global.

"Lamento informá-los que temos um déficit de 1,2 milhão de euros (cerca de R$ 4,9 milhões) apenas para cobrir as sessões previstas no calendário", disse em Bonn Christiana Figueres, a secretária da ONU para o Clima, que abriu na cidade alemã uma nova rodada de negociações antes da grande conferência internacional sobre mudança climática (COP21) que acontecerá em dezembro em Paris.

As negociações em Bonn acontecerão em duas sessões, a iniciada nesta segunda-feira e que prosseguirá até sábado e outra prevista para entre 19 e 23 de outubro.

"Não há dinheiro suficiente nem para a sessão de outubro, já programada, nem para a COP em Paris", afirmou a secretária da ONU, que pediu a todos "os países que possam contribuir que o façam" para arrecadar o total necessário de 900.000 euros.

"Além disso, continuamos com um déficit de 300.000 euros (R$ 1,2 milhão) para as reuniões de outubro", completou.

A COP 21, que reunirá 195 países de 30 de novembro a 11 de dezembro em Le Bourget, na região de Paris, tem o objetivo de concluir um acordo histórico para limitar a no máximo 2 graus o aquecimento do planeta em comparação com a temperatura da era pré-industrial.

No mesmo dia da abertura do evento, a França receberá uma reunião de cúpula de chefes de Estado e de Governo para estimular as negociações.

Um texto mais claro

Antes da grande conferência de Paris, os negociadores da ONU examinarão em Bonn um novo texto que precisa ser mais claro que o anterior, elaborado nas últimas semanas pelos copresidentes das negociações.

No momento já se sabe que o nível de redução de gases do efeito estufa (GEE) anunciado por quase 60 países -- responsáveis por aproximadamente 70% das emissões -- não permitirão cumprir com o objetivo de limitar a 2 graus o aquecimento global.

As negociações de Bonn começam sob pressão para alcançar um acordo sobre um texto mais conciso e que aborde diretamente os temas chave.

O texto que está sendo negociado inclui três categorias: as questões que podem constar no acordo definitivo de Paris, as que podem se tornar decisões específicas da COP21 e as demais questões, mais delicadas.

"As três categorias têm a mesma importância", afirmou o copresidente americano das negociações, Daniel Reifsnyder.

Os delegados terão a semana para trabalhar sobre o texto e reduzir o número de opções propostas, sobretudo em temas espinhosos como a divisão dos esforços contra o aquecimento global entre os países pobres, emergentes e ricos, estes últimos os principais emissores dos gases do efeito estufa.

"Temos que acelerar o ritmo de trabalho se quisermos cumprir com êxito nossa missão até o fim do ano", afirmou a representante da África do Sul, Nozipho Mxakato-Diseko.