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Estudo refaz clima da Terra por 2 milhões de anos e confirma aquecimento

Estudo estima aumento de temperatura de até 7º C em nível atual de CO2 - Nasa/ AFP
Estudo estima aumento de temperatura de até 7º C em nível atual de CO2 Imagem: Nasa/ AFP

Do UOL, em São Paulo

26/09/2016 12h00

Um estudo publicado nesta segunda-feira pela revista Nature conseguiu reconstruir nada menos do que dois milhões de anos de temperatura do planeta Terra. A pesquisa é a mais longa reconstrução contínua de nosso clima feita até hoje e não faz bons prognósticos para o futuro.

Os dados combinados por Carolyn Snyder, pesquisadora da Universidade de Stanford e autora do estudo, confirmam uma tendência de mudança climática e aquecimento global na Terra por causa dos gases do efeito estufa.

Até agora, a temperatura média global de 2016 nas superfícies terrestres e oceânicas é 1ºC acima da média do século 20, de 14º C.

Snyder usou 20 mil reconstruções de temperatura da superfície do mar de mais de 59 núcleos de sedimentos oceânicos para calcular a temperatura média global nos últimos dois milhões de anos --as decomposições achadas no fundo do mar funcionam como espécie de linha do tempo dos dados marinhos.

Esses dados foram divididos em intervalos de mil anos e revelam que a temperatura da Terra gradualmente esfriou até cerca de 1,2 milhão de anos atrás. Depois, essa tendência parou --o que sugere que o esfriamento global não foi a única causa da transição ocorrida no Pleistoceno Médio (época do planeta entre 1,25 milhão e 700 mil anos atrás), quando o clima da Terra mudou de ciclo glacial.

Combinando esses dados com o coeficiente de CO2 na atmosfera de agora, a pesquisa projeta um aumento da temperatura média global entre 3ºC e 7ºC no futuro, mesmo que a concentração do gás se estabilize nos níveis atuais.

O último mês de agosto foi o mais quente já registrado para o período na história de medições humanas, iniciadas em 1880. Não foi um recorde isolado. Os anos de 2015 e 2014 já tinham registrado novos patamares de calor, e 2016 segue pelo mesmo caminho.

Para acessar o estudo completo de Carolyn Snyder com gráficos de medições de dois milhões de anos na Terra, clique aqui.

Como será o planeta em 2050 se nada for feito?

AFP