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Israel oferece equipamentos para ajudar em combate a incêndios na Amazônia

31.mar.2019 - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, cumprimenta o presidente Jair Bolsonaro - Heidi Levine/Pool/AFP
31.mar.2019 - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, cumprimenta o presidente Jair Bolsonaro Imagem: Heidi Levine/Pool/AFP

Hanrrikson de Andrade e Talita Marchao

Do UOL, em Brasília

25/08/2019 17h56

O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, colocou à disposição do Brasil equipamentos contra incêndio para auxiliar no combate às queimadas na região da Amazônia. A informação foi confirmada ao UOL pelo embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelly.

Segundo ele, o governo israelense falou por telefone com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) na tarde de hoje para oferecer apoio.

No Twitter, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) publicou uma foto com o presidente, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o assessor especial da Presidência Filipe Martins, no momento da ligação. O deputado chegou a dizer que Israel ofereceu um avião e que o local de pouso da aeronave já estaria sendo avaliado, mas Shelly disse que a oferta foi apenas de equipamentos.

No começo do ano, Israel participou de uma missão de resgate em Brumadinho (MG), na tentativa de localizar as vítimas do rompimento de uma barragem da mineradora Vale. A delegação era composta por 136 pessoas e 16 toneladas de equipamentos e suprimentos.

Bolsonaro atacou Noruega após suspensão de repasses

A cooperação se dá dez dias depois de a Noruega congelar os repasses ao Fundo Amazônia, reserva de recursos gerida pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e destinada a ações de preservação ambiental e combate ao desmatamento. A Alemanha também tomou a mesma decisão.

Bolsonaro e seus subordinados têm repetidamente criticado os países doadores do Fundo Amazônia e também se envolveu em uma crise internacional com o presidente francês, Emmanuel Macron, que demonstrou levou a discussão sobre as queimadas na Amazônia ao G7.

Há alguns dias, Bolsonaro atacou a Noruega e postou no Twitter um vídeo com cenas de uma caça em massa de baleias. O país escandinavo foi acusado pelo governo de adotar postura hipócrita ao permitir a caça de baleias em seu território, mas se opor às mudanças de gestão no Fundo Amazônia defendidas pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. O vídeo, porém, mostrava imagens de outro país, a Dinamarca.

O valor bloqueado pela Noruega foi de 300 milhões de coroas, o equivalente a R$ 134 milhões. A proposta de reformulação da gestão do fundo feita pelo governo brasileiro resultaria na extinção do Cofa (Comitê Orientador do Fundo Amazônia), criado com o objetivo de estabelecer os critérios para aplicação dos recursos na região amazônica.

Na prática, isso centraliza o poder decisório nas mãos do Executivo brasileiro e reduz a participação da sociedade civil, sobretudo das ONGs (Organizações Não Governamentais) que desenvolvem projetos ligados ao tema. O ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, disse à imprensa local considerar a decisão da gestão Bolsonaro uma quebra do acordo entre os países.

A Noruega é o principal doador do fundo (R$ 3,2 bilhões), seguida pela Alemanha (R$ 200 milhões), que congelou novas doações pelas mesmas razões.

Questionado sobre esse fato, Bolsonaro afirmou que a chanceler alemã, Angela Merkel, deveria pegar o dinheiro e reflorestar o seu país. "Eu queria até mandar um recado para a senhora querida Angela Merkel, que suspendeu US$ 80 milhões para a Amazônia. Pegue essa grana e refloreste a Alemanha, ok? Lá está precisando muito mais do que aqui."