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Polícia aponta líder de grupo de direita por ameaças a jornalista no Pará

O chamado "Dia do Fogo" ocorreu em 10 de agosto deste ano - Reuters
O chamado 'Dia do Fogo' ocorreu em 10 de agosto deste ano Imagem: Reuters

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

02/09/2019 16h36

A Polícia Civil do Pará identificou o homem suspeito de ameaçar o jornalista Adecio Piran, do jornal "Folha do Progresso", responsável pela reportagem sobre o "Dia do Fogo", no dia 10 de agosto, em Novo Progresso (PA).

Piran denunciou no dia 5 de agosto o plano de produtores rurais e pecuaristas do entorno da BR-163, que corta a região, de praticar incêndios criminosos contra a floresta amazônica no dia 10 de agosto —o que ocorreu, apesar de o MPF (Ministério Público Federal) ter solicitado providências ao Ibama.

De acordo com uma nota de repúdio assinada pela Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e pelo Sindicato dos Jornalistas do Pará, a repercussão das reportagens de Piran e da questão das queimadas na Amazônia fez com que o jornalista passasse a sofrer ameaças na última quarta-feira (28) por meio das redes sociais. Anunciantes do jornal também estariam sendo coagidos a retirar o apoio à publicação. Um panfleto com ofensas e acusações contra Piran foi distribuído na cidade de Novo Progresso.

Segundo a polícia, logo após o registro da ocorrência, agentes deram início às investigações e conseguiram chegar a Donizete Severino Duarte. Os ataques teriam sido feitos por meio de um grupo de WhatsApp denominado "Direita Unida Renovada".

O grupo é administrado por Duarte, que já prestou depoimento e foi responsabilizado pelas ameaças. "O procedimento seguiu para a Justiça", informou a polícia.

Já em relação ao panfleto que circulou com calúnias e difamações contra Piran, a polícia disse que ainda continua com as apurações para identificar os autores da mensagem.

Segundo apurou o UOL, o grupo do aplicativo seria o mesmo que organizou o "Dia do Fogo", com a presença de diversos ruralistas da região.

Do grupo teria saído a principal organização para as queimadas às margens da BR-163. O ato teria sido um protesto contra órgãos ambientais e para mostrar ao presidente Jair Bolsonaro de que os ruralistas queriam "produzir".

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