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Salles será chamado ao Senado para explicar óleo em praias do Nordeste

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles - Marlene Bergamo/Folhapress
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles Imagem: Marlene Bergamo/Folhapress

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

23/10/2019 17h42

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, será convidado a ir ao Senado explicar o derramamento de óleo que atinge as praias do Nordeste do país. O pedido de comparecimento foi aprovado hoje na CMA (Comissão de Meio Ambiente). A data prevista para a audiência pública é 13 de novembro, segundo informou o autor do requerimento, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição na Casa.

A ideia é que Salles preste esclarecimentos "sobre as medidas adotadas pelo ministério para acabar com a contaminação de óleo no litoral do nordeste". O parlamentar argumenta que a atuação da pasta "tem sido aquém do necessário, demonstrando que o governo Bolsonaro não tem tido capacidade técnica nem de gestão para lidar com desastres ambientais". "Ele demorou 30 dias para se pronunciar e, quando o fez, já era tarde demais."

Como se trata de um requerimento de convite, Salles não é obrigado a aceitá-lo. O ministro já esteve no Senado, em agosto, para explicar as polêmicas na gestão do Fundo Amazônia e o relacionamento conturbado com os seus principais doares, Noruega e Alemanha.

Em entrevista à "GloboNews", Salles admitiu hoje que "há dificuldade" no monitoramento das manchas de óleo no Nordeste. O problema atinge a região há quase dois meses.

"Há uma dificuldade de monitorar as manchas. O problema é de previsibilidade, você não sabe de onde vem a mancha. Ela só aparece porque está próxima da costa", disse.

Salles negou omissão do governo no caso, citando ações que estão sendo feitas no litoral brasileiro.

"Normalmente, os acidentes que são rapidamente identificados são de causa determinada. Esse é um que não se sabe a causa. A investigação começou no início de setembro e o governo usou todos os meios disponíveis, acionando até satélites norte-americanos. O avião do Ibama faz rastreamento do litoral do Maranhão até a Bahia de maneira ininterrupta. Os helicópteros estão tentando identificar visualmente de onde vêm as manchas. Os barcos também não conseguem".

O ministro ainda abordou a tese de que o navio poluidor talvez seja clandestino. "O óleo não é brasileiro, é venezuelano. Há um mercado ilegal de óleo oriundo a Venezuela que vem sendo transacionado de maneira intensa pelos navios chamados 'dark ships'. A chance de ele ter sido transportado por um navio fantasma é muito grande".