Topo

Esse conteúdo é antigo

Cientistas descobrem microplásticos na brisa marítima

A descoberta contraria a crença de que o plástico fica para sempre no oceano - Getty Images
A descoberta contraria a crença de que o plástico fica para sempre no oceano Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

12/05/2020 18h54

Pesquisadores da Universidade de Strathclyde (Escócia) e da Universidade de Toulouse (França) identificaram microplásticos na maresia — a brisa que tem origem no mar.

A descoberta vai contra a hipótese mais aceita na comunidade científica de que, uma vez no oceano, as partículas de plástico não saem mais de lá. Essa era uma questão que intrigava os cientistas há anos:

"Sabemos que o plástico chega no mar através dos rios. Uma parte vai para as correntes, outra parte afunda e se sedimenta, mas a quantidade no fundo do mar não corresponde à quantidade de plástico necessária para fechar a equação. Uma quantidade de plástico desaparece", conta a pesquisadora Deonie Allen, uma das líderes do estudo.

A pesquisa, publicada no jornal Plos One, apresenta a teoria de que o material sai do mar em bolhas — "como o que você sente ao aproximar um copo de refrigerante do nariz", ilustraram os autores.

O microplástico é o resultado do lixo plástico, como sacolas ou garrafas. Nem sempre é visível a olho nu; as partículas encontradas nas amostras coletadas no litoral francês tinham entre cinco e 140 micrômetros de comprimento.

Os cientistas calculam que, em escala mundial, a brisa marítima pode transportar até 136 mil toneladas de plástico para o litoral todos os anos. Estudos anteriores feitos nos Montes Pirineus, entre a Espanha e a França, já haviam comprovado que o vento pode carregar as partículas por longas distâncias.

"Nós depositamos milhões de toneladas de plástico no oceano todos os anos. Essa pesquisa mostra que não vai ficar lá para sempre. O oceano está nos devolvendo", diz Allen.