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Todas as queimadas no Pantanal do MS são ilegais, diz secretário do estado

Focos de incêndio no Pantanal Imagem: Amanda Perobelli/Reuters

Do UOL, em São Paulo

19/09/2020 11h01

Com o Pantanal sofrendo com queimadas que já arrasaram 3 milhões de hectares, o secretário do meio ambiente de Mato Grosso do Sul alertou que todas as queimadas feitas atualmente são consideradas ilegais. Ele respondeu a uma fala do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), que disse que nem todos os focos de incêndio são criminosos.

Ontem, Mourão afirmou, falando mais especificamente sobre a floresta amazônica: "Existem queimadas na Amazônia? Existem. E existem queimadas que são autorizadas? Sim, nosso código florestal prevê queimadas no trato da terra. A ilegalidade está acontecendo, tem que ser combatida, mas não é uma floresta em chamas".

Em entrevista à CNN, o secretário do meio ambiente de MS, Jaime Verruck, alertou: "Ouvi uma matéria em que o vice-presidente diz que nem todas as queimadas são ilegais. No Mato Grosso do Sul, todas as queimadas são ilegais, porque elas estão proibidas desde o mês de julho, a gente veda qualquer tipo de queima controlada. Existe um mecanismo de autorização de queima controlada, mas, neste momento, qualquer queimada é ilegal, tanto que estamos fazendo operações específicas através da Secretaria de Segurança para fazer verificação".

Para Verruck, a situação evoluiu bem. "Essa semana, em função das ações e participação do governo federal e os recursos que recebemos de maneira emergencial, estamos numa situação muito diferente da situação anterior. No Pantanal sul-mato-grossense, estamos com 26 focos, conseguimos diminuir muitos dos grandes focos. E na região do Alto Taquari, conseguimos metade do parque desmobilizar. Essa semana foi profícua no combate aos incêndios, terminamos com 1,2 milhão hectares queimados, e juntando todo o bioma, chegando a 3 milhões de hectares que foram queimados nesse período", disse ele.

Também à emissora, o comandante da Operação Pantanal, na região oeste, o tenente-coronel Vicente Manoel de Deus, afirmou que considera que 90% dos incêndios são por causas humanas, mas que nem todos são criminosos.

"Eu acredito que 90% dos incêndios são de causas humanas, não necessariamente criminosas, elas podem ser por negligência, imprudência ou imperícia com equipamentos, ou até utilização indevida do fogo. Como existe proibição neste período de restrição, todo fogo é criminoso. Já realizamos prisões de pessoas colocando fogo, em flagrante, também temos boletins de ocorrência de focos de incêndio. Posso dizer que as causas são humanas, mas se foram criminosas, vai depender das perícias após o incêndio", afirmou ele.

Vicente admitiu que o tamanho dos estragos surpreendeu as autoridades locais. "O ano de 2020 superou nosso preparo diante das estatísticas e dos indicadores do ano anterior. Fomos pegos de surpresa sim, sem sombra de dúvida", disse ele, que culpa as condições meteorológicas para as queimadas, por conta da longa estiagem na região. "Desde que o Inpe faz medições, ou seja, nos últimos 22 anos, é o período de maior estiagem que vivemos e é o setembro mais seco e quente desde que temos registro, de 2005."

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