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PF reage a pedido de Salles para ser ouvido: fica a critério da instituição

Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente - Adriano Machado/Reuters
Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente Imagem: Adriano Machado/Reuters

Colaboração para o UOL

02/06/2021 22h28Atualizada em 07/06/2021 17h25

Após o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pedir para ser ouvido pela PGR (Procuradoria-Geral da República), juntamente com representante da PF (Polícia Federal), a instituição disse que a decisão fica "a seu critério".

Salles quer ser ouvido no âmbito das investigações da operação Akuanduba, sob relatoria do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. O ministro do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) é suspeito de ter ligação com crimes contra a administração pública praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro.

"A Polícia Federal, no decorrer da investigação e a seu critério, procederá à oitiva do ora requerente, na medida em que for necessária à elucidação dos fatos investigados", diz.

No entanto, a instituição pontua que não há impedimentos para que a PGR ouça o ministro, "se assim entender pertinente, em atendimento à sua função institucional constitucionalmente definida".

No pedido apresentado ao ministro Moraes, no STF, Salles diz que quer prestar esclarecimentos. A operação Akuanduba investiga, entre outras coisas, o possível envolvimento do ministro em desvios envolvendo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Esse inquérito não teve envolvimento da PGR e foi direto ao Supremo - o que levou a críticas à operação. Na ocasião, a PGR em violação "do sistema constitucional acusatório".

Dois inquéritos

Além da operação Akuanduba, Salles agora é alvo de outro inquérito. Hoje a ministra do STF Cármen Lúcia autorizou a investigação do ministro no caso que se refere à Operação Handroanthus, da Polícia Federal, que investiga a suposta prática de crimes com o objetivo de dificultar a fiscalização ambiental e impedir investigação que envolva organização criminosa, além de suposto crime de advocacia administrativa.

Na decisão, a ministra do STF argumenta que os fatos apontados "podem configurar práticas delituosas" e determina "investigação destinada a produzir elementos e subsídios informativos consistentes", em relação ao que consta na notícia-crime. Ela atendeu a um pedido da PGR e deu um prazo de 30 dias para o cumprimento das diligências e finalização das investigações.