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'A paz europeia está em risco', diz ministro alemão

Nikolaus Blome

  • Dmitry Lovetsky/AP

    Após queda do MH17, UE quer saber se Rússia é parceira ou adversária

    Após queda do MH17, UE quer saber se Rússia é parceira ou adversária

O abate de um avião levando 298 pessoas convenceu os líderes da UE (União Europeia) sobre a necessidade de novas sanções, mais duras, contra Moscou, apontou o ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier. Em entrevista, o político observa que a indústria alemã também apoia medidas contra a Rússia. Spiegel: A UE quer aumentar as sanções contra Moscou passo a passo. O que lhe dá esperança de que a continuidade de uma política que fracassou em proporcionar os resultados desejados ao longo dos últimos meses agora levará ao sucesso? Steinmeier: Não há garantias na diplomacia, e isso se aplica especialmente a situações de crise. O fato de não termos obtido uma desescalada sustentada não significa, entretanto, que um curso diferente de ação seria mais bem-sucedido. Eu não sei se a Rússia deseja ser nossa parceira ou nossa adversária. Nós ainda veremos. O que é certo é que ela permanecerá vizinha da Europa, e você precisa poder conversar com seus vizinhos. Esse é o motivo para nosso curso ser acertado. Nós aumentaremos a pressão, mas, ao mesmo tempo, estaremos preparados para negociar uma desescalada do conflito com a Rússia. Após a tragédia do MH17, as mortes de quase 300 pessoas inocentes e não envolvidas no conflito, e após as ações indignas dos separatistas saqueadores no local da queda do avião, nós todos estamos convencidos de que novas medidas substanciais são a resposta correta para a prontidão insuficiente por parte da Rússia em fechar suas fronteiras com a Ucrânia e exercer sua influência sobre os separatistas. Crise na Ucrânia Crise na Ucrânia #uolbr_tagAlbumEmbed('tagalbum','74192', '') Spiegel: Em termos práticos, o imperativo de unidade europeia significa que sanções só podem ser endurecidas por unanimidade. Essa ainda é a estratégia certa, dado o conflito militar em andamento e a tragédia do MH17? Steinmeier: Nós já estamos além disso. Nós, os ministros das Relações Exteriores da UE, traçamos o curso e demonstramos grande unidade em nossa decisão de aumentar a pressão. Na sexta-feira, as listas de sanções foram expandidas para incluir empresas e instituições estatais pela primeira vez. Em poucos dias, nós também teremos a base formal para sanções contra políticos e apoiadores. Medidas econômicas também estão na mesa. Nós queremos distribuir o fardo igualmente com regras direcionadas, que podem ser endurecidas ou reduzidas de acordo com as ações da Rússia. Nós esperamos tomar decisões a respeito delas nos próximos dias. Spiegel: Por que o governo alemão não quer endurecer as sanções por conta própria? Steinmeier: Nós só podemos enviar uma mensagem clara necessária para Moscou se todos os 28 países membros trabalharem em unidade. E quando se trata de acordos de armas, é preciso ser notado que a Alemanha saiu à frente meses atrás.

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