Lucro da Arezzo salta 229% em 1 ano; especialista analisa se vale investir | | O destaque da semana na newsletter A Companhia é a Arezzo&Co, selecionada por Lívia Rodrigues, analista de research da Ativa Investimentos. Segundo ela, a empresa vem apresentando resultados robustos e que comprovam sua estratégia de se tornar uma plataforma de marcas. No início de maio, o grupo divulgou um lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 98 milhões no primeiro trimestre de 2022, volume 229% maior em relação a igual período do ano passado. Após valorização de quase 14% em 2021, os papéis da Arezzo (ARZZ3) acumulam ganho de 4% neste ano, até o dia 25 de maio, conforme dados da plataforma de informações financeiras Economatica. Saiba mais sobre a Arezzo Trata-se de uma das principais empresas do setor de consumo cíclico no segmento de calçados, contando com um portfólio diversificado de marcas (Arezzo, Schutz, Vans e Anacapri, entre outras). Após recentes aquisições, o grupo agora atua também no segmento de vestuário. A compra da operação da Vans no Brasil, no fim de 2019, proporcionou ganhos na participação de mercado e visibilidade para a marca, refletindo o bom desempenho dos administradores, diz a Ativa. Mais recentemente, a companhia adquiriu as marcas Reserva - referência no mercado de moda masculina -, MyShoes, Baw Clothing e Carol Bassi, reforçando sua estratégia de se tornar uma plataforma mais ampla e atingindo um mercado potencial maior. | Por que as ações da Arezzo são uma oportunidade para investir? | Lívia avalia que, em momentos de crise como o atual, empresas expostas a um público de alta renda sofrem impacto menor em relação às demais, por causa da capacidade de repassar custos. "Além disso, acreditamos que a companhia será capaz de continuar expandindo suas margens de lucro por meio da alavancagem operacional." A Arezzo também vem apresentando uma transformação digital surpreendente, com uma boa estratégia de comunicação por diferentes canais, fruto de uma transferência de tecnologia com a Reserva, destaca a especialista. "Além desses fatores, vemos a reestruturação nos Estados Unidos já apresentando resultados positivos, com uma melhor otimização do portfólio." Pontos a favor - Um dos pontos mais fortes da companhia é sua resiliência. Com foco no público de alta renda, sua demanda acaba sendo menos afetada por fatores como inflação, juros elevados e aumento do desemprego. Tal característica também favorece a rentabilidade, já que esse cliente é menos sensível a repasses de custos;
- As últimas aquisições (Reserva, MyShoes, Baw e Carol Bassi) permitirão o aumento do portfólio de marcas da Arezzo, viabilizando a atração de clientes que antes não eram alcançados - como o público masculino - e uma exposição maior ao varejo de vestuário;
- Cerca de 90% da produção da Arezzo é terceirizada, além de suas franquias e multimarcas serem muito mais representativas dentro do número de lojas. Apesar de fabricar uma parte muito pequena dos seus produtos, a empresa participa da compra dos insumos utilizados pelos fornecedores e, com isso, exerce poder de barganha e garante a qualidade da matéria-prima.
Pontos contra - Por não ter ainda grande experiência no varejo de vestuário, a companhia pode encontrar obstáculos para executar sua estratégia nas marcas Reserva e Schutz;
- Sua plataforma eletrônica ZZ MALL (marketplace) demanda certo investimento na estrutura da cadeia de suprimentos, e eventuais dificuldades com as entregas podem complicar os planos da empresa, tanto de crescimento digital quanto de expansão no mercado doméstico;
- Os benefícios fiscais de ICMS concedidos à companhia em alguns estados têm validade até dezembro deste ano, apesar de os analistas da Ativa acreditarem que serão renovados.
| A ação está barata ou cara? | A Ativa tem recomendação de compra para as ações da Arezzo (ARZZ3), com base nos seguintes indicadores: Preço-alvo: a corretora projeta um valor de R$ 100 para a ação da companhia até o fim do ano. Como o papel fechou cotado a R$ 79,46 no dia 25 de maio, a interpretação é de que existe um potencial de alta, de aproximadamente 26%. O cálculo indica o valor que o analista considera que a ação vai atingir em determinado tempo. É o principal referencial usado para determinar a recomendação para uma companhia, que pode ser de compra, venda ou neutra (nem comprar, nem vender). EV/Ebitda: está em 16,7 vezes, devido ao sólido histórico de execução e demanda resiliente da empresa, afirma a analista. O índice aponta o valor da empresa em relação à geração de caixa. "Não é exatamente uma ação barata, mas, em comparação com outros nomes do varejo de alta renda, trata-se de um múltiplo bastante adequado" Lívia Rodrigues, analista de research da Ativa Investimentos | Para quem é indicada esta ação? | A especialista recomenda os papéis da Arezzo para quem busca exposição a empresas com histórico de execução resiliente, atrelado a boas perspectivas de crescimento e capacidade de repasse da inflação. Quais são as perspectivas no médio e longo prazo? De acordo com a analista, as expectativas para esse horizonte são boas, pois a empresa possui um nível de alavancagem equilibrado. Além disso, deve continuar expandindo seu mercado de atuação com aquisições que trazem bons resultados. | Análise gráfica | Felipe Vella, analista de renda variável da Ativa, afirma que as ações da Arezzo (ARZZ3) seguem em tendência de alta forte, algo que vem sendo observado desde o início de 2020. Segundo ele, os preços em Bolsa recuaram recentemente, mas conseguiram se manter na casa de R$ 77,20, uma sinalização importante do ponto de vista gráfico. "Tecnicamente, gosto muito desse papel", diz o especialista. "Enquanto não engatar uma tendência de queda, as ações da Arezzo no patamar de R$ 77 continuam sendo o que chamamos de um case comprador, ou seja, com potencial de ganho bastante interessante." Vella ressalta que, no médio prazo, a expectativa é de que os papéis da Arezzo voltem a "testar" um movimento de alta mais intenso, podendo atingir o valor de R$ 85 e, posteriormente, avançar na direção de novas cotações máximas - entre R$ 95 e R$ 100. "Se for atingido, o nível acima de R$ 100 representaria um novo topo histórico e teríamos muito mais espaço para uma valorização do papel." ********** NA NEWSLETTER UOL INVESTIMENTOS A newsletter UOL Investimentos mostra como comprar uma casa de R$ 300 mil investindo R$ 1.000 por mês. Saiba como aproveitar seus investimentos para realizar um sonho como o da casa própria. Para se cadastrar e receber a newsletter semanal, clique aqui. | | | |
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