Nesta semana, o destaque na newsletter A Companhia fica para a BB Seguridade, selecionada por Guilherme Tiglia, sócio e analista da Nord Research.

A empresa representa o braço de seguros do Banco do Brasil, um segmento de negócio que funciona de forma semelhante ao de crédito, afirma o especialista.

A diferença é que a seguradora desembolsa recursos diante de uma ocorrência, o chamado "sinistro", para pagar as indenizações. Quando isso não acontece, a companhia fica recebendo os valores contratados na apólice, como uma espécie de "juros", pelo período acordado.

"A BB Seguridade é uma empresa madura, apresenta consistência no seu resultado e sigo otimista com o case, tanto do ponto de vista operacional quanto financeiro", diz Tiglia.

A companhia obteve lucro líquido de R$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre, com alta de 21% frente a igual período do ano passado. O balanço do segundo trimestre está agendado para 8 de agosto.

Após queda de 27% em 2021, as ações da BB Seguridade (BBSE3) acumulam ganho de 38,4% neste ano, até 21 de julho.

Saiba mais sobre a BB Seguridade

A BB Seguridade é uma empresa de participações (holding) que concentra seus investimentos nos segmentos de seguros, previdência aberta, capitalização e planos de assistência odontológica.

Para tanto, a companhia tem parcerias privadas e negócios que fazem a intermediação de venda desses produtos.

Seu principal canal de comercialização é a rede de distribuição do Banco do Brasil.

Segundo o analista da Nord, trata-se de uma companhia sólida, rentável e que apresenta boa perspectiva de resultado futuro.

"Os papéis não estão extremamente descontados [baratos], como quando observamos no começo do ano, por exemplo, mas seguem como uma oportunidade interessante para uma estratégia de dividendos."

Pontos a favor

• Modelo de negócios defensivo e resiliente;
• Amplo canal de distribuição, suportado pelo canal de varejo do Banco do Brasil;
• Impacto positivo da alta dos juros no resultado financeiro, fator muito importante no setor de seguros;
• Forte geração de caixa que se converte em dividendos.

Pontos contra

• Risco de queda nas receitas caso ocorra uma deterioração da atividade econômica ou aumento expressivo do desemprego;
• Aumento da sinistralidade no segmento rural;
• Resultado financeiro pode ser afetado por cortes nos juros;
• Chance de a corretora do grupo não renovar o contrato de exclusividade que possui com o Banco do Brasil, que expira em 2033, o que poderia prejudicar a rentabilidade.

A Nord tem recomendação de compra para as ações da BB Seguridade (BBSE3), com base nos seguintes indicadores:

Preço/lucro: as ações da empresa negociam atualmente a um P/L de 13 vezes, ligeiramente abaixo da média histórica, de 14 vezes. O índice mostra a relação entre o preço do papel em Bolsa e o lucro da companhia. Quanto maior, mais cara está a ação.

Dividend yield: o retorno com dividendos esperado para os próximos 12 meses gira entre 8% e 9%, considerado um ótimo patamar.

O indicador representa quanto do rendimento do papel, em determinado período, pode ser atribuído à distribuição de lucros. Quanto maior, melhor.

O time de análise da Nord recomenda a BB Seguridade para investidores que buscam uma renda periódica, uma vez que os papéis da empresa apresentam histórico consistente e bons níveis de retorno via dividendos.

Quais são as perspectivas no médio e longo prazo?

Segundo Tiglia, a companhia espera crescer entre 12% e 17% em termos operacionais, neste ano.

A estimativa para os prêmios emitidos é de aumento entre 10% e 15%, enquanto as reservas de previdência devem avançar de 9% a 13%, no mesmo intervalo.

André Ferreira, analista da MyCAP Investimentos, diz que as ações da BB Seguridade (BBSE3) apresentam tendência bem definida de alta no médio e longo prazo, mantendo uma "força dominante compradora", segundo o comportamento visto nos gráficos.

Para o especialista, os papéis podem subir ao patamar de R$ 28,40 e, a partir daí, buscar novas valorizações, podendo alcançar o topo histórico de R$ 32,11. No dia 21 de julho, a cotação estava em R$ 27,62.

Ferreira observa, no entanto, que as condições atuais sugerem movimentos de realização de lucro, ou seja, quedas decorrentes de investidores que vendem seus papéis para embolsar o ganho apurado até o momento. Se isso ocorrer, o preço pode recuar até R$ 25,80 antes de retomar o viés positivo, diz o analista.

Ele observa ainda que, na hipótese de uma sequência de baixas das ações, as perdas devem se limitar, inicialmente, à região de preço entre R$ 24,20 e R$ 24, considerado um "suporte robusto" para as cotações.