TVs não precisam de segunda medição de audiência, diz Ibope

Ricardo Feltrin

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A frase acima dá a entender que o instituto não quer concorrente, mas a diretora comercial do Instituto Ibope, Dora Câmara, mostra, em entrevista exclusiva a Ooops!, que seu argumento não é tão mesquinho e raso.

Ela afirma que os dados sobre a audiência da TV brasileira são "superconsistentes" e que o mercado sabe disso, e que não tem dinheiro ou espaço para manter uma segunda empresa fazendo a mesma medição.

 

Dora afirma ter "muito respeito" pelo trabalho da Nielsen, instituto que em dezembro último apresentou orçamento às TVs. Se todas topassem, ela poderia começar a medição a partir de julho. Mas, na opinião da diretora do Ibope, isso dificilmente vai ocorrer, pois, diz ela, "fazer pesquisa é algo extremamente caro".

"Eu acho que a Nielsen é um baita instituto¸ tem profissionais ótimos, mas a verdade é que, se eles fizerem uma pesquisa com todo cuidado possível, com toda tecnologia e pessoal necessários, sabe o que vão encontrar: os mesmos resultados que o ibope tem hoje", disse, em entrevista.

"Não há nenhum país do mundo com duas medições, acho que seria algo inédito e custoso."

Sobre o fato da Record e outras emissoras, como SBT, se mobilizarem pela entrada de um segundo instituto, e desconfiarem constantemente dos resultados apresentados, ela afirma ser algo compreensível.

"Quem não está em primeiro lugar (em audiência) sempre vai tentar criar ou desejar uma segunda opção", diz.

"Se a pesquisa da Nielsen ou de qualquer outra empresa de porte for feita com seriedade, com amostras balanceadas, eu acho que é inevitável que cheguem ao mesmo resultado que nós".

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Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin é colunista do UOL desde 2004. Trabalhou por 21 anos no Grupo Folha, como repórter, editor e secretário de Redação, entre outros cargos.

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